É quase isso: não sou supersticioso porque dá azar

A superstição pode pairar sobre os espíritos mais inquietos, mas também sobre os mais frios e ponderados como, por exemplo, o de um líder espiritual, de um instrutor de ioga ou de um membro de uma claque de futebol

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Chegámos à 13.ª crónica. Tenham medo, o 13 dá azar. Não sei por que motivo o problema persiste: troquem o 13 por algo como “12b”, “14-1” ou, simplesmente, “aquele-número-que-fica-entre-o-12-e-o-14-de-que-poucos-gostam-e-cujo-nome-não-pode-ser-pronunciado-sem-que-uma-pomba-gigante-faça-cocó-em-cima-de-ti-ou-tenhas-que-ouvir-três-músicas-seguidas-da-Katie-Perry”.

Sei lá, qualquer coisa simples, como os nomes que a Nasa dá aos planetas.

(Por falar nisso, já ouviram falar do novo planeta, o "Y15T458?a?v22+43TUPPERWARE"? Não sei se isto é o nome do planeta ou a pass da net do meu vizinho.)

Não entendo o problema do 13. O mais famoso caso documentado de ressurreição foi precedido por um jantar de 13 pessoas. Se isto é azar…

A superstição pode pairar sobre os espíritos mais inquietos, mas também sobre os mais frios e ponderados como, por exemplo, o de um líder espiritual, de um instrutor de ioga ou de um membro de uma claque de futebol.

A superstição baseia-se no medo. No fundo, tem a mesma base de funcionamento da crença no Bicho Papão, com a diferença de que este não aguenta um combate contra o Chuck Norris ou um jogo de futebol contra o Pepe.

A superstição é ilógica. É, por isso, pouco provável que um matemático sofra deste tipo de medos, a não ser que encontre um padrão no azar. Se conseguir desenvolver uma teoria inacreditável acerca do cariz repetitivo de eventos catastróficos, tem duas boas saídas: os documentários do Canal História ou o Governo de Portugal.

A superstição está ligada a rituais. A parte gira da história é que o cumprimento desses rituais não impede que algo possa correr mal. Tal e qual como no sexo: bons preliminares não garantem um desfecho satisfatório.

Tudo isto ganha força dentro de um universo mágico, repleto de duelos e de forças ocultas que alteram o desfecho dos eventos. É como a política e o futebol: no fim, decide quem não tem nada a ver com o assunto.

Ou, então, o Pinto da Costa.

Claro que há amuletos. Objectos minúsculos que podemos transportar no bolso e que nos protegem de tudo. Até dos espíritos, aspecto que nunca entendi: como é que um objecto pode impedir um espírito de atravessar a parede e roubar-me o telemóvel?

De qualquer das formas, é melhor usar. E quem os inventou pensou na questão da funcionalidade. Imaginem o que seria se a forma de combater o azar de um gato preto fosse transportar um menir, um elefante branco ou um panda.

Se fosse um panda, haveria quem fizesse tudo para ter um. Só para combater o azar, claro.

Já que falamos de animais, pergunto-me: se dizem que os gatos pretos dão azar, como não será a vida miserável do tratador das panteras, no zoo?

Não sei se acredito no azar. Nem no problema do 13. Se ele existisse, eu nem conseguiria terminar esta cr

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