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Mira, olhar de outra forma para Campanhã

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Há algumas semanas que, na estreita Rua de Miraflor, a Galeria Mira, obra de Manuela Monteiro e João Lafuente, é uma lança na paisagem de abandono de Campanhã e um dos primeiros sinais de uma reabilitação urbana que tarda a chegar a esta parte do Porto. Onde havia carvão e vinho, que uns tios da mãe de Manuela Monteiro, revisores dos comboios, ajudavam a transportar para serem armazenados aqui, há hoje fotografia, paixão e actividade que preenche muito do tempo do casal. Mas não só. O espaço, situado nas traseiras de uma casa onde João Lafuente passou a infância, está aberto a outras formas de cultura. A força futura dos armazéns onde está instalado o espaço Mira e o espaço Mira Fórum reside na qualidade e diversidade da programação que os dois, com a ajuda da curadoria de José Maia, pretendem realizar aqui. Mira começa por ser um espaço para cultivar o gosto pela fotografia e pela relação desta com outras artes e saberes, como a pintura, o cinema, a performance e o vídeo. Esta é a linha do programa esboçado já por José Maia, até Março de 2014, e que começou com uma exposição de Nelson DAires a partir do trabalho "Álbum de Família", que o fotógrafo desenvolveu com a bolsa da Estação Imagem Mora, neste concelho alentejano. Lê o texto no PÚBLICO. Abel Coentrão