Não é má a ideia de filmar o trabalho tóxico numa central nuclear, e não é má a ideia de fazer dele o cenário que condiciona, e em que se projecta, um esqueleto de intriga mais ou menos melodramática. Rebecca Zlotowski descreve bem os ambientes e as personagens, e há no filme - sobretudo nos actores, e em especial na tão bonita e tão dura Léa Seydoux - uma rudeza sem falhas, que nada amacia. Nem por isso Grand Central deixa de parecer uma reiteração de um modelo de “realismo francês” provado e comprovado mas nem sempre aprovado: apreciam-se a credibilidade e a solidez da factura, espera-se em vão pelo rasgo de idiossincrasia que as venha desafiar.
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