Primeira etapa da profissionalização dos árbitros concluída esta época
A direcção da Federação Portuguesa de Futebol disponibilizou 150 mil euros para a primeira fase do projecto.
Este é o passo inicial para a concretização de uma medida há muito aguardada pela classe. Depois do lançamento da Academia de Arbitragem, a FPF, sob a liderança de Fernando Gomes, avança para o terreno com um projecto que tem sido defendido com unhas e dentes por Vítor Pereira, presidente do Conselho de Arbitragem (CA).
"Hoje, após reunião da direcção, lançámos oficialmente as bases para essa profissionalização, cuja primeira etapa queremos implementada até ao final desta época", explicou Fernando Gomes, após a cerimónia de assinatura de protocolos de colaboração com a APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol), a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol) e a ANDIF (Associação Nacional de Dirigentes de Futebol).
Para dar corpo a este "compromisso eleitoral", o líder da FPF anunciou um investimento inicial de 150 mil euros, para a definição "dos métodos, das fórmulas e do número de árbitros" a incluir neste projecto de arbitragem de topo. Número, esse, que será definido pela CA em conjunto com a APAF.
A intenção de profissionalizar a actividade já é defendida há alguns anos por Vítor Pereira, com o objectivo essencial de melhorar a performance dos juízes. "Se de facto queremos aumentar o nível da arbitragem, a profissionalização será o passo seguinte", reiterou o dirigente, em Julho.
Tudo porque Vítor Pereira considera que o actual modelo já está espremido até ao limite e já não permite grandes margens de progressão. Na prática, o que mudará com o avanço da profissionalização é que os árbitros passarão das actuais 170 horas de trabalho anual para 350 horas, terão mais tempo de descanso e passarão a ser acompanhados por equipas técnicas e médicas.
A este respeito, Vítor Pereira revelou, numa entrevista ao jornal Record, que a dificuldade em compatibilizar a vida profissional com a actividade de arbitragem redundou, na época 2012-13, em "mais de 500 faltas ao trabalho" por parte dos juízes portugueses, que, com a inclusão das equipas B na II Liga, viram aumentar substancialmente o número de jogos.