Massamá: aluno planeava matar pelo menos 60 pessoas
Polícia diz que jovem que agrediu com uma faca três colegas e uma funcionária pretendia matar colegas
Fonte policial ligada à investigação adiantou à Lusa que, na folha A4 apreendida ao estudante de 15 anos, este descreve “com bastante pormenor o plano de massacre”, nomeadamente “os materiais a usar, as aulas onde estariam mais alunos, o modo e a estratégia de actuação e os objectivos a atingir, sendo que queria matar, pelo menos, 60 pessoas para bater o recorde”.
Contactado pelo PÚBLICO, o subintendente Hugo Palma, comandante da Divisão de Sintra da PSP, confirmou apenas que foram apreendidos apontamentos pessoais, um computador e um tablet do menor. "Este material foi relevante para a investigação", revelou o responsável, sem adiantar o conteúdo dos elementos recolhidos.
De acordo com a Lusa, foi encontrada uma lista do material a usar pelo jovem, na qual constam “facas, fumos, bombas caseiras, gás pimenta, um bastão, gasolina, álcool, fósforos, isqueiro e uma espingarda”. Contudo, na mochila que o estudante transportava quando foi interceptado pela polícia não foi encontrada qualquer arma. Lá dentro estavam apenas duas facas, um spray de gás pimenta, dois frascos de álcool e dois isqueiros, enumera Hugo Palma. Noutro local foram apreendidos mais cinco very-light.
Ainda de acordo com a investigação, “no ano transacto, o agressor já tinha tentado atingir um professor com uma pedra que lançou para a sala de aulas, tendo apenas partido o vidro”. Outro dos episódios apurados pela investigação é que o suspeito “incendiou um caixote do lixo numa zona de Belas”, situações “não reportadas à PSP”.
Um colega do suspeito informou as autoridades de que o mesmo queria "uma arma de fogo”, que acabou por não conseguir comprar.
O menor passou a noite nas instalações do Comando Metropolitano de Lisboa, estando a ser ouvido no Tribunal de Família e Menores de Sintra desde as 11h desta terça-feira.
O incidente ocorreu cerca das 16h de segunda-feira, quando o jovem, munido de duas facas de cozinha e um spray de gás pimenta na mochila, segundo a PSP, terá feito explodir um explosivo very light num dos pavilhões da Escola Secundária Stuart Carvalhais, provocando a saída dos alunos das aulas e começando a esfaqueá-los.
A funcionária, de 40 anos, sofreu pequenos golpes no pescoço e na cara e foi levada para o Hospital Amadora-Sintra, e um dos três alunos agredidos, de 16 anos, foi transportado para o Santa Maria, mas apresenta apenas ferimentos ligeiros. Os outros dois alunos não chegaram a receber tratamento hospitalar, tal como um quarto jovem que caiu de uma escada durante a fuga, tendo sido assistidos no local.