Vestidos de branco, os peregrinos concentram-se na gigantesca esplanada em redor da Grande Mesquita, o mais sagrado entre todos os lugares sagrados do islão, em cujo recinto se ergue a Kaaba (“a Casa de Deus”), a estrutura em forma de cubo que os fiéis dizem ser a réplica terrena do trono celestial.
No três dias da hajj, que começa neste domingo, cada crente irá deslocar-se à volta dela por sete vezes, num ritual sempre igual e sempre impressionante na sua dimensão, que os levará também ao monte Arafat, onde os peregrinos permanecem em adoração do nascer ao pôr do sol.
Os últimos anos trouxeram convulsões ao Médio Oriente – revoluções, guerras e instabilidade que a Arábia Saudita tenta manter à margem da peregrinação. As autoridades multiplicaram as medidas de segurança, encerrando os muitos acessos da esplanada ao tráfego automóvel, provocando engarrafamentos à enorme dimensão da hajj. Quem não possuía autorização para participar na peregrinação foi mandado para trás.
Nas mesquitas, os imãs lançaram apelos à união dos muçulmanos e as autoridades reforçaram o aviso dizendo que os peregrinos devem “abster-se de qualquer acção que ponha a segurança em risco”, numa reacção às informações de que apoiantes da Irmandade Muçulmana poderiam aproveitar a peregrinação para se manifestar contra o golpe militar que depôs o Presidente Mohamed Morsi no Egipto.