O Village Underground Lisboa recebe criativos a partir de 2014
Contentores e autocarros desactivados já estão a ser transformados em escritórios para agentes criativos em Alcântara. Abertura do Village Underground Lisboa está prevista para 2014
São 14 os contentores marítimos e dois os autocarros desactivados que vão ter uma segunda vida na Estação de Santo Amaro, em Alcântara, sob a forma de escritórios para agentes de indústrias criativas. Isto é o mesmo que dizer que o Village Underground Lisboa — assim se chama o projecto — vai ser a casa de jovens criativos do design (moda, mobiliário, jóias), da arquitectura, do vídeo e de outros artesãos, que procuram espaços para partilhar em regime de “co-working”.
À frente do Village Underground Lisboa está Mariana Duarte Silva, da agência de comunicação Madame Management, que trouxe esta ideia de Londres, cidade onde trabalhou entre 2007 e 2009. “O meu escritório era no Village Underground London e quando decidi voltar propus fazer uma coisa parecida em Lisboa, com o Tom Foxcroft”, conta ao P3. Nos últimos quatro anos dedicou-se a concretizar o projecto, que é agora co-organizado pela Câmara Municipal de Lisboa e pela Carris.
As obras começaram na última semana de Setembro e a inauguração está prevista para o início de 2014, entre os meses de Janeiro e Fevereiro. Cada contentor e autocarro pode ser partilhado por cinco a seis pessoas, num total de 60 lugares disponíveis.
Mariana já recebeu mais de cem candidaturas e espera receber muitas mais, ao longo dos próximos dois meses (para tal basta enviares um e-mail para mariana@madame-management.com). Os preços variam entre os 150 e os 200 euros, por pessoa e por mês, e incluem internet e electricidade. Mariana e Tom Foxcroft vão avaliar todas as candidaturas individualmente, uma vez que consideram ser importante “criar um mix de pessoas com bom ambiente”, justifica a jovem de 34 anos.
Reservado a estrangeiros que precisem de trabalhar, temporariamente, em Lisboa estará um dos contentores, para ser alugado à hora (com preços a começar nos 30 euros). Além de um local de trabalho, o Village Underground Lisboa está preparado para acolher, no átrio central, performances e eventos, com programação partilhada com o espaço homónimo de Londres.
Um material “100 por cento português e muito simples”, desenvolvido pela Corticeira Amorim e pela Gyptec vai revistir o interior dos escritórios, por forma a isolá-los em termos acústicos e de temperatura. A preocupação é que este seja um complexo sustentável. O projecto de arquitectura e montagem de contentores está a cargo de João Cassiano, do ateliê Arte Tectónica, e a construção é da responsabilidade da empresa 686 Construções.
A próxima fase do projecto é, diz Mariana, “ocupar um dos armazéns que a Carris tem” para a criação de um espaço multicultural com festas e actividades complementares.