O coala australiano corre o risco de desaparecer devido ao aquecimento global a não ser que, “com urgência”, se plantem árvores para o proteger do calor e para o alimentar, indica um estudo publicado esta quinta-feira.
Mathew Crowther, da Universidade de Sidney, seguiu 40 coalas por satélite durante três anos na província de Nova Gales do Sul para estudar o seu "habitat" e a sua alimentação.
O investigador mostrou como o coala se refugia durante o dia em grandes árvores maduras cuja ramagem o protege do sol e dos incêndios florestais.
“A nossa investigação confirma que os coalas se refugiam durante o dia em diferentes tipos de árvores, antes de se irem alimentar para os eucaliptos à noite”, disse Crowther, citado pela agência France Presse.
“Mostrámos também que quanto mais quente está durante o dia, mais os coalas têm tendência a procurar árvores com folhagem densa para escapar às temperaturas elevadas”, adiantou. Um quarto da população estudada foi eliminada pela onda de calor de 2009, um número alarmante para os cientistas “tendo em conta o aumento da frequência de acontecimentos climáticos extremos”.
Os carros, os cães e as doenças
Símbolo da Austrália, o coala passou a integrar o ano passado a lista das espécies a proteger em várias regiões do país, onde a sua sobrevivência é ameaçada pelo desenvolvimento das cidades, a circulação automóvel, os cães e as doenças.
Aquela é a categoria imediatamente abaixo da de espécie “em perigo”, de acordo com a lista da União Internacional para a Conservação da Natureza.
A população de coalas na Austrália foi estimada em 10 milhões antes da chegada dos colonos britânicos em 1788. Caçados intensivamente devido à sua espessa pele nos anos 1920, o seu número diminuiu de modo drástico, calculando-se actualmente em 43.000 os animais que vivem em estado selvagem.