CGTP considera fusão PT/Oi operação prejudicial para o país
Em comunicado, a central sindical refere que "a fusão da PT com a Oi, e a consequente perda de importância da PT enquanto empresa nacional, compromete o contributo que ela pode e deve dar ao crescimento equilibrado e sustentado do país".
"Este controlo da Portugal Telecom por grandes grupos económicos estrangeiros determinaria que a estratégia da empresa teria em conta cada vez menos os objectivos de crescimento económico equilibrado e sustentado, e de desenvolvimento do nosso país, inserindo-se, cada vez mais, nos objectivos e estratégias dos grupos económicos estrangeiros que o controlam, cujos interesses nada têm a ver com os interesses de Portugal", refere-se no documento.
A CGTP manifestou ainda preocupação pelo facto de a ZON e a Optimus, "os outros dois grupos mais importantes do sector das telecomunicações", se terem fundido, com o controlo a ser entregue a "grupos económicos estrangeiros da empresa que resultou da fusão".
Acentuando "a necessidade de travar esta política" de fusões "e assegurar um sector empresarial do Estado ao serviço do povo e do país", a CGTP reclama a "forte participação nas marchas 'Por Abril, contra a exploração e o empobrecimento', a 19 de Outubro, em Lisboa e no Porto.
A fusão das operadoras de telecomunicações Portugal Telecom e Oi, anunciada hoje, vai resultar numa das maiores empresas do mundo e visa criar uma referência tecnológica e de valor accionista, segundo Zeinal Bava, actual presidente executivo da Oi.
Numa nota enviada à Lusa, o futuro presidente executivo da empresa que resultar da fusão da PT com a Oi sublinha que “hoje nasce uma empresa com raiz nos países de língua portuguesa e um mercado de 260 milhões de pessoas. Uma empresa que está entre as maiores do mundo com mais de 100 milhões de clientes, 30 mil colaboradores e presente em quatro continentes”.
A proposta de fusão, que ainda terá de ser autorizada pelos accionistas das empresas e pelas entidades de regulação, implica ainda um aumento de capital mínimo de 2,3 mil milhões de euros que, segundo o presidente da PT, vai “melhorar a flexibilidade financeira do grupo, reduzindo o risco financeiro da companhia e permitindo continuar a investir no crescimento do negócio”.