FNE considera que um psicólogo para cada 1.700 alunos é insuficiente
A Federação Nacional de Educação (FNE) e a Ordem dos Psicólogos estiveram reunidos.
O secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, disse à Lusa que considera a actual proporção inaceitável para que se atinjam os padrões de uma escola pública de qualidade e defende que se adopte um rácio de um psicólogo para cada 700 alunos.
“A escola pública de qualidade exige vários profissionais, e não apenas professores”, defendeu o sindicalista, que sublinhou a associação errada, mas comum, que se faz do trabalho dos psicólogos nas escolas exclusivamente à orientação vocacional dos alunos.
“Defendemos que estes profissionais devem ter um âmbito mais alargado, devendo contribuir para a identificação precoce dos problemas, como o abandono e insucesso escolar, ou a indisciplina em contexto escolar. Estes técnicos são essenciais na detecção das dificuldades e como elementos de resposta”, frisou Dias da Silva.
Para o líder da FNE é também urgente combater a precariedade entre estes profissionais, sujeitos a contratações anuais e interrupções contratuais a meio do ano, o que impossibilita a estabilidade do trabalho de acompanhamento dos alunos.
O ‘cheque-psicólogo’, proposto recentemente pela Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), e que pretende funcionar em moldes semelhantes ao ‘cheque-dentista’, não foi um tema abordado na reunião de hoje, mas João Dias da Silva afirma não ter qualquer problema de princípio relativo à medida e manifestou a disponibilidade da FNE para analisar a proposta.
A FNE e a OPP pretendem ainda apresentar ao Ministério da Educação uma proposta de definição do psicólogo escolar, que deverá chegar às mãos do Governo até maio de 2014, altura em vai decorrer o próximo congresso da federação sindical.
A FNE e a Ordem dos Psicólogos pretendem ainda instituir, a partir de agora, um calendário de reuniões regulares para acompanhar as questões relacionadas com os psicólogos escolares.