Rohani condenou “os crimes nazis contra judeus” mas isso não basta para Israel

O Presidente do Irão não foi ao ponto de criticar aqueles que, na liderança em Teerão, continuam a negar a Shoah.

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Hassan Rohani na Assembleia-geral da ONU Brendan McDermid /AFP

Terça-feira à noite, frente à jornalista da CNN Christiane Amanpour, que lhe fez uma pergunta sobre o Holocausto, Rohani disse: “Todos os crimes contra a humanidade, incluindo os crimes cometidos pelos nazis contra os judeus, são condenáveis e repreensíveis.”

“Matar um ser humano é um acto desprezível. Não há diferença se esse ser humano for cristão, judeu ou muçulmano”, disse Rohani. “Para nós é a mesma coisa.” 

Mas, sublinhou o Presidente iraniano, “isso não quer dizer que, porque os nazis cometeram crimes contra um grupo [os judeus], esse grupo vá confiscar a terra de outro grupo [os palestinianos] e ocupe essa terra”. Isso, disse, “também é um acto que deve ser condenado”.

Perante estas declarações, vários membros do Governo israelita consideraram que as declarações de Rohani ficaram aquém do desejado. “É verdade que ele não negou a Shoah [Holocausto], mas não condenou aqueles que negam a Shoah, como o seu antecessor e outros dirigentes iranianos”, disse aos microfones da rádio pública o ministro das Relações Internacionais, Youval Steinitz.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Zeev Elkin, perguntou, céptico. “A que ponto é que chegamos? Basta reconhecer que a Shoah aconteceu para se fazer passar por um homem esclarecido, culto e positivo?” Elkin sublinhou que as palavras de Rohani pouco valem porque “os dirigentes espirituais iranianos que negaram a Shoah continuam nos seus postos”.
 
 

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