“Não agredi ninguém, mas se exagerei peço desculpa”, diz Jorge Jesus
Treinador do Benfica diz que está “sereno” quanto aos acontecimentos de Guimarães.
“Não agredi ninguém, nem isso me passou pela cabeça”, disse Jorge Jesus, em declarações ao canal de televisão do clube. “Fui notificado e agora vou aguardar serenamente. Não cometi nada de especial”, acrescentou o técnico, vincando que a sua intenção foi “serenar os ânimos e ajudar o adepto do Benfica”.
Jorge Jesus deu a sua versão dos factos: “O que aconteceu foi que, depois de o jogo ter terminado, quisemos partilhar a nossa vitória com os adeptos. O Luisão foi o primeiro a pedir autorização para se dirigir à massa associativa do Benfica. Eu autorizei a entrega das camisolas e fomos à bancada onde estavam os adeptos do Benfica. Alguns começaram a entrar dentro do campo e tentei dizer para terem calma, e depois desses momentos vejo um adepto do Benfica atrás de mim a ser agarrado, bloqueado, pelas forças da autoridade”.
“Tentei ajudar o miúdo, pedi para o largarem e deixarem-no ir embora. Ele queria partilhar a alegria de termos vencido o jogo. A minha ideia foi sempre ajudar aquela situação. Não agredi ninguém, nunca me passou pela cabeça nada disso”, explicou o treinador “encarnado”.
Jesus aproveitou também para se penitenciar pelos incidentes de domingo: “Eu, como cidadão, nunca tive problemas com a autoridade. Respeito as competências da autoridade. E, como ser humano, achei que devia naquele momento pedir para libertarem o adepto do Benfica para ele poder levar aquilo que ele mais queria. Tentei ajudar a que as coisas entrassem na normalidade. Se exagerei na tentativa de ajudar a que o miúdo fosse para as bancadas, só posso é pedir desculpa às autoridades”, concluiu Jorge Jesus.
De acordo com o canal de televisão do Benfica, o relatório dos incidentes feito pela PSP não menciona a existência de qualquer agressão do técnico aos agentes. Segundo o que está previsto na legislação, no caso de agressão a uma agente de autoridade a pena a aplicar pode ir até quatro anos de prisão. Para além da sanção civil, Jesus incorre também num castigo desportivo que pode chegar aos três anos de suspensão.