O socialista entende ainda como prioritário o desenvolvimento de estudos independentes sobre os eventuais impactos para a saúde pública e para o ambiente. “Não vou tapar o problema com uma construção imobiliária de luxo e enganar as pessoas que vêm para cá viver”, disse, referindo-se ao projecto imobiliário existente para aquela zona.

Ontem, durante a visita à zona que envolve aquela fábrica, também o deputado e coordenador do PS para a Comissão Parlamentar de Ambiente, Território e Poder Local, Pedro Farmhouse, adiantou que já foi solicitada uma reunião à administração da empresa proprietária dos terrenos no sentido de visitar o local e de saber como pretende resolver o problema.

“Estamos cá para defender o interesse público, o interesse dos cidadãos e não para defender interesses privados”, acrescentou Marcos Sá. O candidato quer transformar aquela zona do Jamor na capital do desporto ao ar livre, mas insiste que, antes de se avançar com qualquer projecto, é prioritário remover o amianto e realizar estudos para que se saiba, por exemplo, se os solos estão contaminados.

“As pessoas e o ambiente para nós estão em primeiro lugar”, afirmou, citando ainda um relatório feito em 2007 pela empresa Geotest. “Este relatório identifica problemas graves do ponto de vista da saúde pública, do ambiente e do passivo ambiental que é necessário resolver”, disse.

Também presente na visita, o secretário nacional do PS para a área da Saúde, Álvaro Beleza, reiterou que a presença de amianto na zona deve constituir um motivo de preocupação: “Está largamente demonstrado que o amianto tem consequências para a saúde das pessoas em termos de cancro. É evidente que tem de haver aqui uma auditoria ao que passa nesta fábrica, mas tem de ser feita pelas entidades oficiais reguladoras”, disse, referindo-se à necessidade de a Direcção-geral de Saúde se pronunciar sobre a questão.

A antiga fábrica da Lusalite, onde se faziam telhas com amianto e que encerrou portas em 1999, situa-se junto ao complexo desportivo do Estádio Nacional. Para a zona existe um projecto imobiliário (que inclui habitações, hotel, marina e piscina), previsto no Plano de Pormenor da Margem Direita da Foz do Rio Jamor, que recebeu, porém, os chumbos da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo e da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

Para além de Marcos Sá e de Paulo Vistas, concorrem à Câmara de Oeiras Moita Flores (PSD), Daniel Branco (CDU), Carlos Gaivoto (BE), Paulo Freitas do Amaral (CDS), Inês Real (PAN), e Joaquim Manuel Ferreira (PCTP/MRPP).