FNE diz que não foram dadas condições às escolas para um regresso às aulas com estabilidade
Federação de sindicatos diz que houve “falta de precisão e clareza” nas orientações da tutela. E defende que é preciso “estabilizar as normas do sistema educativo”
“Nós criticamos fortemente as condições que foram dadas às direcções das escolas para prepararem o ano lectivo. As orientações foram dadas à última da hora: um dia eram num sentido e no dia a seguir eram noutro. Houve falta de planificação adequada e atempada para que as direcções pudessem preparar, com estabilidade, o novo ano”, afirmou João Dias da Silva, presidente da FNE.
Em declarações à Lusa, Dias da Silva criticou o ministério de Nuno Crato pela “falta de precisão e clareza” relativamente às indicações dadas, considerando que outro tipo de orientações “poderia ter evitado a situação” que se tem vivido nos estabelecimentos de ensino.
Entre os “vários sinais preocupantes”, o presidente da FNE lembrou o processo de colocação de docentes, a falta de “garantia de que todos os alunos tivessem professores desde o primeiro momento em que o ano lectivo começa” ou os alunos que foram colocados em contentores.
A FNE defende que é preciso “estabilizar as normas do sistema educativo” e acabar com a “sistemática apresentação de normas avulsas sem coerência, consistência nem congruência”.
Dias da Silva considerou ainda serem medidas “preocupantes” a realização da prova a Inglês para os alunos do 9.º ano ou a liberdade de escolha entre o ensino público ou privado.
Preocupado com “a fragilidade e todo o desinvestimento na escola pública”, o presidente da FNE lembrou que este ano haverá estudantes a ter aulas em contentores, há “insuficiência de psicólogos” e não existem equipas multidisciplinares para ajudar os alunos a ter sucesso escolar e prevenir a indisciplina.
A FNE pediu hoje — último dia definido para o arranque do ano lectivo — uma reunião com responsáveis do ministério.