Sky Eye, "drones" que nos observam do céu

Aos 25 anos, David Mota é CEO e um dos fundadores da Sky Eye, uma empresa de captação de imagens aéreas

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David Mota, 25 anos, confessa-se uma pessoa normal que, há um ano e meio, aceitou o desafio de tentar promover o negócio de recolha de imagens aéreas (fotografia e vídeo) com recurso a "Unmanned Aerial Vehicles" (UAV), veículos aéreos não-tripulados designados por "drones".

"Somos um conjunto de tipos do Marketing e da Gestão que viram neste negócio uma janela de oportunidade", disse ao P3 David, licenciado em Gestão pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), e com um mestrado, também em Gestão, pela Universidade Católica Portuguesa.

A oportunidade: montar um serviço baseado numa marca com um conjunto de equipamentos fiáveis e com uma equipa capaz de os manobrar. A Sky Eye começou em 2012, inicialmente, com uma parceria com uma empresa portuguesa que desenvolvia "drones", mas ao fim de quatro meses, concluíram que "a tecnologia portuguesa ainda estava numa fase prematura de desenvolvimento". "Aquilo que fizémos foi deixar um pouco de lado essa parceria com a empresa portuguesa e procurar os fabricantes de referência, no mercado mundial, dos vários componentes electrónicos e de "software". E depois fizemos a agregação, em Portugal, com técnicos nossos", explica.

No entanto, continuam a acompanhar os progressos feitos por várias empresas portuguesas e mantêm a esperança de, a médio-prazo, poderem tornar-se uma empresa exclusivamente portuguesa.

O conceito da Sky Eye consiste em aproveitar uma nova tecnologia que permite fazer imagens aéreas de uma forma muito mais económica e mais versátil. Com recurso a câmaras de alta qualidade, "dá mais margem aos criativos para inovarem" na publicidade ou na produção de ficção e, por outro lado, pode também ser aplicado a outros sectores como, por exemplo, segurança, prevenção, agricultura, investigação científica, etc..

"Estamos numa fase em que a estrutura está montada e estamos totalmente seguros no serviço que prestamos". A ideia passa por fidelizar os clientes que têm em Portugal e, no futuro, expandir este serviço para os mercados angolano, moçambicano e brasileiro, por exemplo.

À espera de legislação

O uso de "drones" em filmagens é uma operação que envolve alguma complexidade e os custos de manutenção dos equipamentos torna economicamente mais rentável a contratualização do serviço em vez da aquisição do equipamento. Esta empresa está numa fase de "adaptação e de consciencialização", pois há algum cepticismo inicial em quem contrata que só se desvanece quando constatam a qualidade do resultado final. Mas, admite, estão a "limar o produto" à medida que fazem trabalhos.

A falta de legislação adequada é algo que preocupa David Mota. Apesar de uma maior regulação aumentar os processos burocráticos e os custos das operações, isso iria contribuir para uma "erradicação de uma concorrência não formal" e tecnicamente menos apta para produções mais profissionais e com altos padrões de segurança, explica.

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