Ex-presidente da Metro de Lisboa diz que administração reduziu riscos dos contratos herdados

Cardoso dos Reis está a ser ouvido nesta quinta-feira na comissão parlamentar de inquérito aos swaps

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Decisão formal de reversão do contrato de subconcessão tinha sido comunicada à empresa em Janeiro Pedro Cunha

Na comissão parlamentar de inquérito, Cardoso dos Reis explicou que quando chegou à Metro de Lisboa encontrou “uma carteira [de instrumentos de gestão de risco financeiro] complexa e com um significativo nível de risco embutido nos contratos já existentes”.

Nessa altura, “foi efectuada uma caracterização sistemática de cada uma das operações e do seu comportamento enquanto conjunto”, cujo resultado foi comunicado ao Ministério dos Transportes “logo em Agosto de 2010”, tendo desde então “todas as decisões sido no sentido da redução do risco”.<_o3a_p>

À data da tomada de posse, acrescentou, a carteira de swap era composta por 75 contratos, incluindo reestruturações, com “uma significativa diversidade de indexantes”.<_o3a_p>

O antigo presidente da Metro de Lisboa explicou que a sua gestão na empresa “teve sempre presente a defesa dos dinheiros e dos interesses públicos”, reconhecendo que “a fragilidade da empresa levou a um agravamento progressivo da sua capacidade negocial face aos mercados financeiros”.<_o3a_p>

Cardoso dos Reis saiu do Metro de Lisboa em Agosto de 2012, altura em que o actual executivo decidiu a fusão do conselho de administração da empresa com a da Carris, sendo sucedido no cargo por Silva Rodrigues. Este último gestor acabou por ser demitido na sequência do caso dos swaps, pelo facto de ter liderado a Carris durante um período em que foram aprovados dois contratos problemáticos.<_o3a_p>

De acordo com o relatório do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, as operações de cobertura de risco da taxa de juro (swap) da Metro de Lisboa alcançaram perdas potenciais de 1400 milhões de euros, quase metade do valor das perdas geradas por todas as empresas públicas.<_o3a_p>