Maduro avisa que se não se reformar o Estado impostos podem aumentar
Comunicação durante um almoço do International Club of Portugal.
Numa comunicação durante um almoço do International Club of Portugal subordinada ao tema Os Desafios do Futuro, o ministro traçou o quadro económico português desde a década de 90 para explicar por que se chegou à inevitabilidade de um resgate internacional em 2011. Depois, falou do presente e pouco do futuro.
Poiares Maduro realçou que o Governo já conseguiu “fazer uma parte do caminho que era imprescindível fazer nas contas públicas”. “Dois terços do ajustamento foram feitos pela redução da despesa pública, que foi diminuída em 10,6 mil milhões de euros, o equivalente a 4,1 pontos percentuais do PIB, passando-se de 51,5% em 2010 para 47,4% em 2012.”
“Se não corrigirmos estruturalmente os desequilíbrios financeiros do Estado, suscitar-se-ão riscos de novos aumentos de impostos, o que poderá comprometer seriamente a retoma de economia e mergulhá-la de novo em ambiente recessivo”, avisou o ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional.
Ainda que o ajustamento da economia se esteja a fazer em “condições inéditas” na história democrática portuguesa, mais há a fazer, vincou o governante. “O equilíbrio externo foi atingido. O equilíbrio interno, não”, avisou, lembrando, tal como Passos Coelho tem feito, que ainda há “caminho” por trilhar.
Um dos passos é a reforma do Estado, que tem que se fazer “sob o signo da equidade”. Entre o sector público e o sector privado e entre gerações, fez questão de realçar Poiares Maduro, numa referência clara às recentes decisões do Tribunal Constitucional.
Antes, e sendo o ministro incumbido da comunicação do Governo, Poiares Maduro discorreu sobre a necessidade de aprimorar a cultura política em Portugal, sobretudo numa altura “em que a política enfrenta um grande desafio cognitivo”. Tal como já fez em discursos anteriores, frisou que é preciso “discutir mais políticas públicas e menos táctica política”, comunicar de forma “aberta e transparente”.
Falou também na questão do consenso, para defender que este “não elimina a política”, mas é antes um dos seus “instrumentos”, pelo que “nenhum actor político responsável pode excluir a procura de consenso, sob pena de eliminar uma dimensão fundamental da política”.