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Draghi mantém juros mas diz que está "pronto a agir"

Taxas de juro na zona euro continuam nos 0,5%, BCE prudente em relação a uma retoma

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A decisão de manter taxas de juro, tomada pelo conselho de governadores em Frankfurt, era já amplamente esperada pelos analistas. A dúvida estava em saber quais os sinais que seriam dados em relação ao futuro pelo presidente da instituição, na conferência de imprensa que se seguiu ao anúncio da decisão.

Mario Draghi repetiu a garantia, dada pela primeira vez há dois meses, de que não será realizada qualquer subida de taxas de juro "durante um período longo de tempo". Além disso, revelou que, dentro do conselho de governadores (do qual fazem parte os portugueses Vítor Constâncio e Carlos Costa), houve quem defendesse uma nova descida de taxas, embora a maioria apostasse na manutenção dos juros aos níveis actuais.

O debate dentro do BCE está a ser feito entre quem tem a expectativa de que os sinais de retoma recentemente dados pela economia da zona euro se venham a fortalecer e quem tema que a recuperação é ainda demasiado frágil, sendo necessário um apoio suplementar da política monetária.

Mario Draghi, nas suas declarações, disse que estava ainda "muito, muito cauteloso em relação à recuperação", que classifou como estando "muito, muito verdes". Por isso avisou estar "preparado para agir", caso "os desenvolvimentos no mercado monetário venham a ser considerados indesejados no seu impacto na avaliação da inflação de médio prazo". Ou seja, o BCE pode vir a baixar taxas, caso uma falta de liquidez nos mercados faça a zona euro correr o risco de entrada em deflação.

O BCE anunciou hoje uma revisão da sua estimativa de recessão da economia da zona euro este ano de 0,6% para 0,4%, mas piorou as suas perspectivas para 2014, de um crescimento de 1,1% para 1%. 

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