Pais criticam falta de incentivos para inverter redução de alunos

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Enric Vives-Rubio

A “retracção acelerada” registada na educação “é uma consequência das políticas sociais e económicas que a Europa tem vindo a seguir e Portugal também”, afirmou o responsável, em declarações à Lusa.

Jorge Ascenção comentava assim as estatísticas mais recentes sobre educação, relativas ao ano lectivo 2011/2012, divulgadas nesta terça-feira pelo PÚBLICO. Os dados mostram um sistema de ensino em retracção, desde o ensino básico ao superior. Só num ano, devido à quebra demográfica, o ensino básico perdeu quase 13 mil alunos.

O presidente da Confap argumentou que ter filhos “não tem vantagem em lado nenhum” em Portugal. “Daí que tenha dito, quando tomei posse, que nos preocuparíamos com as políticas educativas a par das políticas da família”, sustentou, acrescentando que a actual quebra demográfica só mudará quando “as políticas forem alteradas”.

Para o presidente da Confap, “não é possível pensar em políticas estratificadas, porque uma sociedade tem como célula de construção a família”. Jorge Ascenção entende que a actual crise que o país está a atravessar fará com que o número de alunos seja ainda mais reduzido daqui a cinco anos.

“Por aquilo que podemos ver e ouvir de quem tem o poder de decidir politicamente, penso que vai ser pior [daqui a cinco anos]. Apesar de uma ou outra medida assistencialista, não se vêem políticas que nos levem a dizer que daqui por anos teremos uma situação sustentável”, sustentou.

“Temos jovens com 30 anos a continuar a viver com os pais”, disse, acrescentando que isso “só pode mudar quando as políticas forem alteradas”. Jorge Ascenção apontou ainda uma alteração de valores como um dos factores que faz com que os jovens sejam pais cada vez mais tarde.