Desde a meia-noite até às 9h, a Autoridade Nacional de Protecção Civil registou 71 incêndios florestais, estando ainda três ainda activos. Dois destes fogos lavram desde a manhã de segunda-feira no concelho de Melgaço (Viana do Castelo), ambos com duas frentes activas, em áreas de mato das localidades de Senhora da Lurdes e de Cousso. Um total de 161 bombeiros combate estes fogos, apoiados por 49 viaturas.

A Protecção Civil dá ainda conta de um fogo com duas frentes activas numa zona de mato de Granja, Amarante. Pelas 9h mobilizava 68 bombeiros e 20 viaturas no seu combate. No distrito de Aveiro, o fogo que lavra em Sever do Vouga tinha às 9h30 duas frentes activas, combatidas por 92 bombeiros e 23 veículos operacionais, apoiados por três meios aéreos.

Ao início da manhã, a Protecção Civil dava conta ainda de um fogo florestal em Casal de Cambra, concelho de Sintra. As chamas chegaram a ter quatro frentes activas, mas às 9h30 já tinha sido dominado e não constava da página de Internet da Protecção Civil.

Chamas controladas na Madeira
Às primeiras horas desta terça-feira, o chefe de serviço dos Bombeiros Municipais do Funchal, Juan Gomes, confirmou à agência Lusa que os fogos florestais no sítio da Estrela e em Vasco Gil, na freguesia de Santo António, estavam controlados e três corporações de bombeiros já tinham regressado às suas corporações. A meio da manhã continuava activo um pequeno foco de incêndio na área do Vasco Gil, mas a situação estava "controlada", segundo disse à Lusa fonte dos bombeiros locais. No local estão cerca de 20 homens a combater as chamas e a proceder Às operações de rescaldo das áreas ardidas.

O troço entre o Vasco Gil e o Curral das Freiras na estrada regional 107, principal acesso daquela freguesia de Câmara de Lobos ao concelho do Funchal, foi cortado ao trânsito, por questões de segurança, mas foi reaberto ao final da manhã.

No total, ao longo de segunda-feira estiveram no terreno 50 bombeiros de cinco corporações, elementos do Exército, alguns meios privados e dois veículos de combate a incêndios.

O combate às chamas ficou marcado na segunda-feira pela morte de uma mulher, de 51 anos, e o ferimentos de quatro outras pessoas. Uma viatura do Exército que apoiava os bombeiros no combate aos incêndios no Funchal despistou-se na Barreira, freguesia de Santo António, onde as chamas ameaçaram casas.

A viatura terá ficado sem travões quando descia uma rua, e embateu em vários carros estacionados. Na sequência do despiste, embateu também na entrada de uma casa onde estava a vítima mortal. As causas para o acidente estão a ser alvo de inquérito por parte do Exército.

O incêndio na Barreira, na zona alta de Santo António, lavra desde a madrugada de sexta-feira. Onze casas ficaram destruídas e nove outras sofreram danos parciais, tendo pelo menos 21 pessoas ficado desalojadas.

Os fogos consumiram ainda uma vasta área florestal, incluindo cerca de 20 hectares do Parque Ecológico do Funchal. Devido ao intenso fumo que se registou em algumas zonas, e por precaução, perto de 200 doentes que se encontravam no Hospital dos Marmeleiros foram retirados das instalações. No final de domingo, tinha já regressado à unidade hospitalar.

O Plano Municipal de Emergência do Funchal foi activado mas pelas 12h15 de domingo deixou de estar em vigor, devido a uma melhoria significativa da situação. Na madrugada desta segunda-feira a situação ficou controlada mas pela manhã o incêndio voltou a ameaçar casas na zona da Estrela.

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, anunciou nesta terça-feira no Porto que o Governo está a ponderar a atribuição de um apoio financeiro à Madeira destinado a repor material desgastado no combate aos incêndios. “Estamos a fazer um levantamento do que é necessário para repor material que foi desgastado nos incêndios”, disse, referindo que logo que esse estudo esteja concluído “se verá como nos ajustamos”.

Alerta amarelo para calor
Doze distritos de Portugal continental e o arquipélago da Madeira continuam esta terça-feira sob aviso amarelo devido à persistência de temperaturas máximas elevadas, de acordo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Segundo informação disponibilizada na página do IPMA na Internet, sob aviso amarelo, o segundo menos grave de uma escala de quatro, estão os distritos de Braga, Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro.

Quanto às temperaturas, em Lisboa prevê-se uma máxima de 37 graus Celsius, no Porto de 29 e em Faro de 33.

Trinta e dois concelhos de Portugal continental, a maioria de distritos do Interior Norte, estão, por sua vez, sob risco máximo de incêndio.

O IPMA indica que em risco máximo de incêndio estão os concelhos de Ponte da Barca (Viana do Castelo), Cabeceiras de Basto (Braga), Ribeira de Pena e Vila Pouca de Aguiar (Vila Real), Baião (Porto), Arouca (Aveiro), Cinfães, Castro Daire, Vila Nova de Paiva, Moimenta da Beira, Sernancelhe e Mangualde (Viseu), Sabugal, Guarda, Celorico da Beira, Fornos de Algodre, Gouveia, Aguiar da Beira e Trancoso (Guarda), Pampilhosa da Serra, Arganil, Góis, Miranda do Corvo (Coimbra), Castanheira de Pera, Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos (Leiria), Oleiros, Sertã e Vila de Rei (Castelo Branco), Mação e Sardoal (Santarém) e Monchique (Faro).

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