A diversidade do último dia de Paredes de Coura

Chegou ao fim a 21.ª edição do Festival Paredes de Coura. Este ano, cem mil pessoas passaram pelo Praia Fluvial do Taboão

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Belle & Sebastian Paulo Pimenta

Foi o quinto e último dia do Vodafone Paredes de Coura e a expectativa era grande para ver actuar nomes como Belle & Sebastian, Calexico ou Justice. “É a última noite”, ouvia-se dizer tanto em tom de tristeza, como num incentivo para quem, depois de uma semana de concertos, começava a acusar o cansaço.

O fim de tarde de sábado ficou marcado pela actuação dos Ducktails, a banda formada por Matt Mondaline, dos Real Estate, que trouxe ao palco Vodafone FM um indie pop melódico que merecia uma maior audiência. O grupo de New Jersey apresentou a Coura algumas faixas novas que intercalou com músicas dos seus quatro álbuns de estúdio e proporcionou ao reduzido público um tempo bem passado para abrir o apetite para o que aí vinha.

Ao palco principal subiram às 19h30 os Palma Violets que arrastaram para o anfiteatro mais gente do que a que rodeava os Ducktails. A banda londrina que conta com apenas um álbum de estúdio (“180”) trouxe ao recinto uma actuação enérgica marcada pela subida do baterista ao topo da estrutura das luzes, de onde atirou uma baqueta, e pela descida animada de dois membros da banda ao público, naquele que foi um concerto muito completo para quem ainda só conta com um álbum para apresentar.

O ecletismo dos Calexico

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Paulo Pimenta

Passavam cerca de 40 minutos das 21h e tanto o palco como o anfiteatro se enchiam. Sete músicos em palco, um público bem composto na relva – o ambiente estava criado para ouvir o som do grupo liderado por Joey Burns.

“Para mim é um sonho estar nesta região”, disse Burns, adepto confesso do vinho do Norte, a uma audiência entusiasmada. Entre elogios à região e frases de entusiasmo ao público, a banda conhecida por um som que tem tanto de indie rock, como de country, de mariachi como de rock, deu um concerto que fechou em grande a sua digressão pela Europa e que provocou no público uma unânime sensação de satisfação e sintonia com a música.

“Minas de Cobre” e “Roka (danza de la muerte)” foram algumas das músicas que puseram Paredes de Coura a dançar num estilo claramente distinto do até então dançado no festival. Para fechar, “Guero Canelo”. E todos nos sentimos latinos. Já passava das 22h quando os escoceses Belle & Sebastian aterraram no palco principal. Contavam-se 13 músicos em palco e um anfiteatro muito cheio - foi o dia de festival em que foram comprados mais bilhetes. O público foi aderindo à actuação em crescendo e o orgulho de ver músicos nacionais em palco terá ajudado no entusiasmo de quem pouco conhecia a banda – quatro jovens portugueses integraram a banda numa consistente performance de violino.

Músicas mais antigas como “Another Sunny Day” e “To Be Myself Completely”, do álbum "The Life Pursuit", ou “The stars of track and field” do “If You’re Feeling Sinister”, contrastaram com músicas do mais recente álbum da banda (2010) como “I Want The World To Stop” ou “I didn’t see it coming”, numa actuação elogiada pela assistência.

O anfiteatro esvaziou-se por momentos mas rapidamente foi preenchido por uma multidão ávida por ouvir Justice. A dupla de DJs franceses apresentou ao público de Coura um DJ set de duas horas num explosão de som para a qual não houve lugares sentados. Remixes de músicas de todos conhecidas como “Ain’t No Mountain High Enough”, de Marvin Gaye, “Love don’t come easy”, dos White Lion, ou “I Love Rock n’ Roll”, de Joan Jett, levaram o público ao extâse, sem esquecer o obrigatório “We Are Your Friends”. A actuação da dupla acabou com “Don't stop Me Now” dos Queen e, de facto, ninguém tinha vontade de parar de dançar.

Encerrou neste "mood" a 21.ª edição do gestival Paredes de Coura pelo qual, passaram cerca de 100 mil pessoas. Para o ano há mais.

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