PNR vai limpar estátua de Braga ao cónego Melo que foi vandalizada com tinta

Nacionalistas dizem contar com "a civilidade, a nobreza e o voluntarismo dos seus militantes” para responder "à cobardia e à destruição de património".

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Monumento polémico foi alvo de inscrições e outros ataques con tinta DR

“É intenção do PNR contactar com a Câmara Municipal de Braga no início da próxima semana e mobilizar militantes do partido para esse efeito. À cobardia e à destruição de património, o PNR responde com a civilidade, a nobreza e o voluntarismo dos seus militantes”, refere, em comunicado.

No sábado, um grupo de cidadãos de Braga colocou uma estátua ao cónego Melo numa rotunda da cidade, na segunda-feira houve uma manifestação exigindo a sua remoção da peça e na manhã de terça-feira o conjunto escultórico apareceu vandalizado. No pedestal, foram pintadas a vermelho as palavras “fascista”, “assassino” e “padre Max”, tendo ainda sido lançada tinta azul que atingiu a própria estátua.

Filipe Barroso, o porta-voz do grupo de cidadãos que promoveu a construção instalação da estátua anunciou, entretanto, que a vandalização da escultura foi filmada por câmaras que haviam sido colocadas para o efeito em prédios da zona da rotunda. Acusou também os organizadores da manifestação de segunda-feira e os partidos que se associaram ao protesto de estarem ligados aos actos de vandalismo. Este aspecto já levou o Bloco de Esquerda a anunciar que vai apresentar queixa contra Filipe Barroso.

O PNR já repudiou a vandalização da estátua e lembrou que o homenageado “nunca foi condenado por qualquer crime”, tendo mesmo a Assembleia da República destacado os seus “relevantes serviços” ao país.

Os contestatários da estátua alegam que o cónego Melo “ficaria conhecido, após o 25 de Abril, por ter apoiado organizações de extrema-direita, apostadas no derrube do regime democrático, através de acções armadas que vieram a acontecer, com relevantes danos e vítimas humanas, e às quais deu cobertura moral e operacional”. Dizem ainda que o homenageado era “bem relacionado com o poder económico e político locais”, tendo primado a sua acção pelo desempenho do papel de “intermediário de interesses privados” e usado a sua “capacidade de influência em favor dos amigos e daqueles que lhe eram subservientes”. Acusam-no de ter orquestrado “ataques a sedes de partidos democráticos, como o PCP, de sindicatos e de outras organizações de esquerda”, e de ter apoiado atentados bombistas, “designadamente o que vitimou o padre Max”.

Na Câmara de Braga, a colocação da estátua foi aprovada com os votos favoráveis da maioria socialista, enquanto os vereadores da coligação Juntos por Braga se abstiveram.

Uma petição exigindo a remoção da estátua já recolheu mais de 1390 assinaturas.