Portugal tem plano de contingência para eventual retirada de cidadãos do Egipto

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A violência no Egipto fez mais de 500 mortos HASSAN MOHAMED/AFP

“Nós temos planos de contingência para todos os países. Nalguns casos, Portugal é o país que centraliza esses processos de retirada de cidadãos estrangeiros, noutros casos são outros países”, afirmou à agência Lusa José Cesário.

O secretário de Estado adiantou, contudo, que “em qualquer caso, um processo desta natureza implica sempre diálogo entre Portugal e os restantes países parceiros no âmbito da União Europeia”.

“Nós acreditamos que a situação do país tenderá, naturalmente, calmamente, a estabilizar, mas, evidentemente, qualquer situação especial terá de ser analisada posteriormente”, declarou.

José Cesário salientou que o Governo “já há bastante tempo” recomenda que “as deslocações para o Egipto fossem feitas apenas em circunstâncias absolutamente inadiáveis”. “[Os cidadãos nacionais] deverão deslocar-se àquele país apenas em circunstâncias que sejam consideradas inadiáveis, é a nossa recomendação relativamente ao Egipto”, insistiu o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, acrescentando que o executivo está a “acompanhar a situação política” com o desejo de que “estabilize o mais rápido possível”.

Quanto aos portugueses que residem no Egipto, José Cesário disse esperar que “se mantenham todos em contacto com a embaixada e a embaixada, naturalmente, procurará mantê-los informados acerca da evolução da situação”.

Questionado sobre o eventual aumento da espiral de violência no país, o responsável respondeu: “Qualquer situação de violência onde quer que ela se passe, naturalmente tem que ser vista com toda a preocupação e, por isso, desejamos que a situação estabilize com a maior rapidez possível”.

No Egipto, segundo o embaixador de Portugal no país, António Tânger Correia, vivem “cerca de sessenta e tal” cidadãos nacionais.

Hoje, o embaixador disse à Lusa que a situação no Cairo “está calma” e reiterou que está em contacto com todos os portugueses que estão no país.

A onda de violência no Egipto causou pelo menos 525 mortos na quarta-feira, informou o Ministério da Saúde.