Promotores da homenagem ao cónego Melo dizem ter filmado a vandalização da estátua durante a noite

Admiradores do cónego afirmam que já contavam com o sucedido e que instalaram, por isso, câmaras nos prédios à volta da rotunda.

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Estátua foi atingida com tinta azul e pintaram-se inscrições no pedestal como "fascista" e "assassino" DR

Os promotores da homenagem ao antigo vigário-geral da Arquidiocese de Braga afiram que estavam já “avisados” relativamente a possíveis actos de vandalismo, o que os levou a instalar câmaras nos prédios em volta da rotunda do Monte D’Arcos.

“Temos gravações da vandalização”, garante Filipe Barroso, porta-voz dos bracarenses que homenagearam o cónego Melo. “Temos câmaras instaladas no perímetro dos prédios que estão a toda a volta da rotundaonde está a estátua. Já estávamos acautelados”, acrescenta. A escultura foi atingida por um recipiente com tinta azul e foram inscritas, a tinta vermelha, as palavras “fascista” e “assassino” no seu pedestal, numa acção que terá ocorrido durante a madrugada por indivíduos alegadamente encapuzados.

“A estátua foi colocada de dia e de cara bem destapada. E o repúdio à estátua foi feito no escuro da noite e de cara tapada”, ilustra Barroso. As imagens captadas deverão servir de base a uma queixa-crime a apresentar nos próximos dias contra os autores do ataque, mas as acções judiciais dos promotores da estátua do cónego Melo vão também ser dirigidas aos organizadores da manifestação da véspera, que acusam de incitação à violência e afirmações difamatórias dirigidas ao cónego Eduardo Melo.

“Deste grupo de pessoas era de esperar, é o estilo próprio do PCP e do Bloco de Esquerda”, afirma ainda Filipe Barroso, acusando os membros dos dois partidos de já terem tido acções semelhantes anteriormente na cidade, nomeadamente vandalizando a estátua de Santos da Cunha, o presidente da Câmara de Braga com o mandato mais longo, durante o Estado Novo.

O movimento que organizou esta manifestação já se demarcou dos actos de vandalismo desta madrugada. “Não temos absolutamente nada a ver com isso”, assegura o sociólogo Manuel Carlos Silva, que foi um dos porta-vozes da indignação de cerca de uma centena de pessoas. “O movimento que apelou a esta concentração pacífica, não tem nada a ver com os actos posteriores”, sublinha o professor catedrático da Universidade do Minho, ainda que considere “compreensível a indignação” face à colocação do monumento de homenagem ao antigo vigário-geral da Arquidiocese de Braga na rotunda do Monte D’Arcos, junto ao cemitério municipal. Carlos Silva disse ter sido apanhado de surpresa quando abordado pelo PÚBLICO. “Nem sabia o que se tinha passado”, comentou.

  
 
 
 
 

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