O que são os swaps?

É usada a palavra swap, que em inglês significa troca, porque estes instrumentos permitem substituir uma taxa variável por uma fixa (e vice-versa).

Tal como aconteceu com as empresas públicas, centenas de empresas privadas recorreram a este mecanismo para cobrirem os riscos de uma subida desenfreada da Euribor.

No entanto, estes contratos têm-se revelado de alto risco, porque geram ganhos mínimos para as empresas num cenário de subida de taxas de juro e perdas significativas quando as taxas descem.

Em teoria, num cenário de subida de taxas, os swaps protegem o cliente, compensando-o do aumento dos juros. Mas, num cenário de descida das taxas, o contrato protege a instituição financeira, já que é o cliente que paga a diferença entre a taxa fixada e a real.

Logo à partida, um dos problemas que se colocam é o facto de serem apontados desequilíbrios entre os reduzidos ganhos em caso de subida das taxas e as perdas elevadíssimas em que as empresas incorrem quando se dá uma descida, sobretudo se for tão acentuada quanto a que se verificou nos últimos anos.

Mas, no caso das empresas públicas identificadas pelo IGCP, os riscos associados a alguns dos produtos que contratualizaram são muito maiores porque, apesar de serem swaps, trata-se de instrumentos de especulação. Alguns destes contratos são muito complexos, estando dependentes de variáveis como a evolução da cotação do petróleo ou a variação do euro face ao dólar. Há casos em que acabaram por levar as taxas de juro para 20%, quando a Euribor a três meses (geralmente tida como referência nestes contratos) está actualmente em 0,2%.

Têm chegado aos tribunais muitos processos a contestar a comercialização destes derivados.

No Reino Unido, a Financial Services Authority, supervisora do sector, alcançou um acordo com os bancos, que se comprometeram a alterar os contratos e a compensar muitos dos clientes afectados.

 

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