Médias voltam a ser negativas na 2.ª fase e chumbos sobem

Revelados resultados dos exames nacionais.

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Daniel Rocha

As médias totais são as que têm em conta os resultados dos alunos internos, que frequentam as aulas o ano inteiro e vão a exame com pelo menos 10 de nota interna, e as dos externos, que são os que anularam a matrícula antes do final de ano lectivo e se apresentam a exame como autopropostos. A Português esta média voltou a não ir além dos 8,9 – igual ao resultado obtido na 1ª fase e que iguala o de 2011, o pior desde o início dos exames nacionais em 1997 -, a Física e Química A subiu, por comparação à 1.ª fase, de 7,8 para 8,8, a Biologia e Geologia passou de 8,1 para 8,4 e a Matemática A de 8,2 para 8,4.

Nestas provas a maior percentagem de reprovações voltou a registar-se a Física e Química A – subiu de 24 para 25%. Seguem-se-lhe Matemática A, que passou de 20 para 24% de chumbos, Biologia e Geologia de 16% para 18% e Português de 10 para 15%. Os dois primeiros exames realizam-se no final do 11.º ano e os outros dois no 12.º. Para concluírem o ensino secundário, os alunos têm de obter aprovação a todas as disciplinas. E só podem utilizar estes exames como provas de ingresso no ensino superior se tiverem uma média nestes igual ou superior a 9,5 numa escala de 0 a 20.

Por arredondamento, 9,5 é equiparado a 10 e portanto contado como nota positiva. No comunicado que acompanha os resultados dos exames, o Ministério da Educação e Ciência conta assim como positivas todas as médias iguais ou superiores a 9,5. Com as contas feitas assim, o MEC frisa que, em 23 disciplinas sujeitas a provas, 13 tiveram média total negativa na 2.ª fase, mais quatro do que o ocorrido na 1.ª.  Se a positiva fosse contada a partir de 10 então seriam 17 as provas com média total negativa, mais cinco do que o ocorrido na 1.ª fase.

Desde o ano passado todos os alunos são obrigados a ir à 1.ª fase dos exames nacionais, estando a 2.ª reservada para os que chumbaram naquela ou pretendam subir notas. Segundo o MEC, 59% dos alunos que realizam exame nacional de Matemática A repetiram a prova na 2.ª fase. Nas disciplinas de Física e Química A, Biologia e Geologia e Português esta percentagem foi, respectivamente, de 52,%, 49% e 37%.

No conjunto foram realizadas na 2.ª fase 135.720 provas, um número maior do que em 2012 (127.973). A percentagem de faltosos baixou de 11 para 6%.

No comentário à prova desta fase, a Associação de Professores de Português considerou que esta era mais equilibrada do que a realizada a 17 de Junho. Devido à greve de professores nesse dia, houve ainda outra prova na 1.ª fase que decorreu a 2 de Julho e que também foi considerada pela APP menos dúbia do que a realizada no primeiro dia.

O MEC optou por não discriminar os resultados destas duas provas, divulgando apenas a média decorrente dos resultados de ambas, o que foi contestado por professores e pais. Na 2.ª fase, apesar do parecer favorável da APP, a média total dos alunos foi igual à da 1.ª (8,9) e o resultado dos alunos internos chegou mesmo a descer passando de 9,8 para 9,7.

Já no que respeita ao exame de Matemática A, a Sociedade Portuguesa de Matemática considerou o seu nível de exigência semelhante ao da 1.ª fase, enquanto a associação de professores da disciplina a classificou como “mais adequada”. A média total subiu, a dos alunos internos desceu de 9,7 para 9,5. Também a Associação de Professores de Biologia e Geologia se mostrou preocupada com o exame proposto, mas a média dos alunos internos acabou por subiu ligeiramente, passando de 8,4 para 8,7.

Geometria Descritiva A (com 5,9) teve o pior resultado das provas da 2.ª fase, posição que na 1.ª tinha sido ocupada por Física e Química A. A melhor média foi um 20 redondo, alcançado no exame de Português Língua Não Materna e que foi realizado apenas por um aluno.

Por comparação aos resultados da 2.ª fase do ano passado, houve uma quebra nas médias totais em oito provas.
 

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