Cavaco: Passos garantiu que "nada menos correcto" pesa sobre ministra das Finanças
O chefe de Estado assegura que a coligação assumiu "coesão governamental" e sintonia "duradoura".
“Eu falo directamente com o primeiro-ministro que continua a reafirmar seguramente, sem a mínima dúvida, eu não posso deixar de acreditar no primeiro-ministro”, afirmou, questionado em Mondim de Basto sobre a polémica que envolve a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
Cavaco Silva lembrou que, quando o nome lhe foi proposto, Pedro Passos Coelho lhe deu “garantias absolutas de que nada menos correcto pesava” sobre a ministra.
Agora, passado este tempo em que aumentaram as críticas à ministra e os partidos da posição têm repetido os pedidos de demissão da governante, o chefe de Estado referiu que continua a ter garantias de confiança por parte do primeiro-ministro.
Cavaco Silva recusou comentar as críticas do presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, que considerou que a ministra das Finanças é uma “pedra no sapato” neste Governo e lembrou que está a decorrer uma comissão de inquérito na Assembleia da República sobre os contratos swap.
“Por isso eu não vou fazer nenhuma especulação em relação àquilo que diz este agente político ou o outro agente político. Nos termos da Constituição é o primeiro-ministro que informa o Presidente da República de que nada pesa sobre a senhora ministra das Finanças”, acrescentou.
Coligação assumiu compromisso de sintonia duradoura, assegura o Presidente
Cavaco Silva não quis comentar o que o Governo disse terça-feira no Parlamento, mas frisou que os dois partidos da coligação assumiram consigo “o compromisso de manter e reforçar a coesão governamental, representada por dois partidos, e de alcançar de forma duradoura uma sintonia em relação às principais políticas económicas e sociais.
“Esperamos para ver”, sublinhou.
Quanto à moção, Cavaco Silva referiu apenas que teve um voto favorável.
“Portanto a conclusão de que podemos tirar é de que o Governo tem um apoio maioritário da Assembleia da República, que é uma condição necessária para se completar uma legislatura”, acrescentou.
Mas, acima de tudo, Cavaco Silva deseja “é que o Governo governe bem e que atribua prioridade ao crescimento económico e ao combate ao desemprego”, conseguindo “um melhor equilíbrio entre a consolidação das contas públicas e a promoção da retoma económica”.
O Presidente da República fez ainda referência aos indicadores que “apontam para uma inversão da tendência da economia”. “Mas agora é preciso consolidá-la”, reforçou.