Os cigarros de mentol podem apresentar mais riscos para a saúde pública do que os normais, revela um estudo da agência norte-americana responsável pela aprovação de alimentos e medicamentos (Food and Drug Administration), divulgado terça-feira.
“Os cigarros de mentol levantam questões críticas para a saúde pública”, afirmou a comissária da Food and Drug Administration (FDA), Margaret A. Hambug, salientando que a agência está empenhada numa abordagem científica aos problemas de saúde pública resultantes dos cigarros de mentol e espera contributos adicionais para tomar uma decisão informada sobre o assunto.
A FDA disponibilizou terça-feira uma avaliação científica preliminar segundo a qual, embora não existam provas que demonstrem que os cigarros de mentol são mais ou menos tóxicos ou aumentam os riscos de doença face aos não mentolados, o uso do mentol está associado ao aumento da iniciação ao tabagismo por jovens e jovens adultos.
Frescura mascara aspereza do fumo
Os dados sugerem também que os cigarros de mentol estão associados a uma maior dependência, já que os fumadores deste tipo de cigarros são menos bem-sucedidos na tentativa de deixar de fumar.
Estas descobertas, combinadas com as propriedades de frescura e anestésicas do mentol que mascaram a aspereza do fumo do cigarro e o facto de estes cigarros serem publicitados como uma alternativa mais suave, tornam provável que os cigarros mentolados apresentem um risco de saúde pública superior aos normais, segundo a FDA.
Nos Estados Unidos, cerca de 30% dos fumadores adultos e mais de 40% dos fumadores jovens fumam cigarros de mentol.