Papa visita um Brasil com cada vez menos católicos
Oração só não chega, defende Francisco. É preciso acção.
Este domingo, na Basílica de São Pedro, em Roma, Francisco já fez declarações nesse sentido. Igreja e fiéis devem ter “uma acção concreta de ajuda ao irmão pobre, doente, em dificuldade”, disse. Sem acção concreta, a oração é “estéril e incompleta”, disse, insistindo num “serviço concreto ao próximo”.
Uma das metas do Papa é alimentar o carácter missionário da Igreja, pedindo que os religiosos façam serviço comunitário – como ele próprio fez nas favelas de Buenos Aires.
No Brasil, nas Jornadas Mundiais da Juventude, Francisco encontrará um país de católícos mas onde esta comunidade de fiéis, apesar de maioritária, está a diminuir. Um inquérito do instituto Datafolha, publicado no jornal Folha de São Paulo, mostra que 57% dos brasileiros afirmam hoje ser católicos. É bastante, mas é o número mais baixo da história do país.
Em 2007, uma sondagem semelhante do mesmo instituto mostrava que 64% dos brasileiros se definiam como católicos, e em 1994 estes eram 75% dos brasileiros.
Segundo a Folha, os evangélicos pentecostais (membros de igrejas como a Assembleia de Deus) são o segundo maior bloco religioso do Brasil, com 19%. Seguem-se os evangélicos não pentecostais (de igrejas protestantes com séculos de existência, como os metodistas e os baptistas), com 9%.
Quanto a temas que tem expressão política, 22% dos católicos afirmaram ser contra a lei que criminaliza o aborto e 36% contra o casamento gay.
<b>Notícia corrigida às 11h43 de segunda-feira: faltava a palavra "católico" na frase "O Papa Francisco chega nesta segunda-feira ao Brasil, o maior país católico do mundo, mas com uma comunidade católica em declínio." </b>