Equador convoca embaixadores na Europa após incidente com avião de Morales

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Só a Espanha pediu desculpas formalmente a Evo Morales David Mercado/REUTERS

No regresso à Bolívia a partir da Rússia, há duas semanas, o Presidente boliviano Evo Morales teve de ficar mais de 13 horas em Viena, porque a Itália, França e Portugal revogaram a autorização para sobrevoar ou aterrar nos respectivos. Os protestos bolivianos incluem também a Espanha porque quis inspeccionar o seu avião para verificar se Snowden estaria a bordo, segundo o Presidente boliviano.“Chamámos os nossos embaixadores para que nos informem de tudo o que se passou”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros equatoriano, que fez “uma reclamação junto das Nações Unidas por uma afronta desta natureza contra o Presidente Evo Morales”, informou a imprensa local.
Espanha apresentou na segunda-feira um pedido de desculpas formal, através do seu embaixador na Bolívia, Ángel Vásquez. “Espanha viu-se envolta contra a sua vontade nestes factos”, afirmou o embaixador, em declarações aos media bolivianos, após ter entregue uma carta com o pedido de desculpas ao Ministério dos Negócios estrangeiros de La Paz, citado pelo
El País.É o primeiro dos quatro países europeus a fazer um pedido de desculpas formal ao Presidente Evo Morales por este incidente, que foi condenado por organismos regionais como a União das Nações Sul-americanas (Unasur), Mercosur e Organização dos Estados Americanos (OEA), que pediram explicações aos países europeus envolvidos e desculpas pelo sucedido.
Patiño interrogou-se “o que teria acontecido se fosse o avião do Presidente dos Estados Unidos, do Presidente da França ou de Espanha... [a sofrer restrições de voo]. Seguramente vinham os aviões de guerra para resgatar o seu Presidente”.
Reclamado pelos Estados Unidos por divulgar informação classificada, Edward Snowden está na zona de trânsito do aeroporto Sheremetievo, em Moscovo, desde 23 de junho. Esta terça-feira fez um pedido de asilo temporário à Rússia, que está em apreciação.