AVIDouro reclama aumento de produção de vinho do Porto

Associação pretende aumento de benefício para 120 pipas.

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O espaço tem uma matriz ligada ao vinho do Porto Reuters

O conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) fixa dentro de dias o benefício para a próxima vindima, ou seja, a quantidade de mosto que cada produtor pode destinar à produção de vinho do Porto.

A dirigente da AVIDouro, Berta Santos, reivindicou, numa conferência de Imprensa que decorreu numa adega de Abaças, o aumento do benefício para as 120 mil pipas para repor os rendimentos dos lavradores durienses.

No ano passado, a Região Demarcada do Douro transformou em vinho do Porto 96.500 pipas, mais 11.500 mil do que na vindima de 2011.

Berta Santos salientou que o aumento verificado em 2012 “quase não se fez sentir no bolso” dos pequenos e médios produtores, até porque, acrescentou, se verificou um decréscimo entre os 35 e os 50 euros no preço da pipa de vinho do Porto.

Para a responsável, o ideal seria a produção aumentar para as 120 mil pipas, um número que defende que servia também para repor os ‘stocks’, que “estão em baixo”.

Berta Santos justifica este aumento também com o crescimento que se tem verificado nas exportações dos vinhos da região e a “boa colheita” prevista para esta vindima.

Para além disto, os viticultores reclamam ainda um aumento do preço da pipa de vinho generoso para os 1.100 euros e 300 euros para a pipa de vinho de mesa.

Manuel Figueiredo, viticultor em Folgosa do Douro, teve nove pipas de benefício no ano passado, mas garante que teve menos rendimento do que em 2011. Por isso mesmo, disse esperar um aumento do benefício para esta vindima.

“Este aumento já era uma boa ajuda para nós. O benefício é a minha principal fonte de rendimento”, salientou.

Em dez anos, o benefício foi reduzido em 45%, de 145 mil pipas em 2001 para as 85 mil em 2011. A redução entre 2010 e o ano passado atingiu as 25 mil pipas. Nesta década, o vinho do Porto perdeu 12 milhões de garrafas, correspondendo a uma perda de valor de 37 milhões de euros.

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