Belfast viveu terceira noite de confrontos entre manifestantes e polícia
Apelos à calma não impediram repetição da violência motivada pela proibição de passagem de marcha de protestantes por zona católica.
Os manifestantes ignoraram os apelos à calma do primeiro-ministro da Irlanda do Norte, Peter Robinson, e voltaram a atacar a polícia. Pelo menos um agente ficou ferido. Na primeira noite de confrontos foram feridos 32 polícias e um político local. Na segunda, foram sete os agentes feridos, ainda que sem gravidade.
A violência começou na sexta-feira, depois de a polícia, fazendo cumprir a decisão das autoridades, ter impedido aos “unionistas", partidários do governo de Londres, a passagem da tradicional marcha protestante da Ordem de Orange pelo bairro católico de Ardoyne, uma zona predominantemente nacionalista, para prevenir incidentes.
Nesse dia, os confrontos repetiram-se nas zonas leste e sul da cidade, onde organizações ligadas à Ordem de Orange protestavam contra a decisão da comissão municipal que autoriza as paradas de barrar o trajecto por Ardoyne – onde os confrontos entre a comunidade republicana daquele bairro e os "lealistas" participantes na marcha são frequentes.
Prevendo a possibilidade de violência, antes da marcha, o Reino Unido tinha enviado um contingente especial de 600 polícias para a Irlanda do Norte. Na sequência dos distúrbios de sexta-feira reforçou o dispositivo com outros 400.
A data de 12 de Julho, que marca a derrota das tropas do rei Jaime II às mãos do príncipe Guilherme de Orange na batalha do Boyne, em 1690, é tradicionalmente celebrada pelos protestantes da Irlanda do Norte com marchas e paradas.
A Irlanda do Norte é uma província do Reino Unido, que viveu décadas de violência. Acordos de paz assinados em 1998 levaram a uma partilha de poder entre protestantes e católicos, mas continuam a ocorrer actos esporádicos de violência.