Cavaco Silva fala ao país pelas 20h30

Presidente da República encerrou ronda de três dias de audições com as duas maiores centrais sindicais. CGTP pede eleições para a democracia "respirar", UGT não se opõe.

Líder da CGTP esta manhã em Belém
Fotogaleria
Líder da CGTP esta manhã em Belém Daniel Rocha
Líder da CGTP esta manhã em Belém
Fotogaleria
Líder da CGTP esta manhã em Belém Daniel Rocha
Fotogaleria
Líder da UGT esta manhã em Belém Daniel Rocha
Fotogaleria
Líder da UGT esta manhã em Belém Daniel Rocha
Fotogaleria
Líder da UGT esta manhã em Belém Daniel Rocha

A ausência da convocação do Conselho de Estado, passo indispensável para a dissolução da Assembleia da República, indicia que o Presidente não usará a chamada "bomba atómica".  

A "democracia precisa de respirar" e não pode ficar refém dos interesses partidários do PSD e do CDS. Foi a mensagem transmitida ao Presidente da República pelo secretário-geral Arménio Carlos, após um encontro esta manhã que durou cerca de meia hora. Mais cauteloso, o líder da UGT, Carlos Silva, disse a Cavaco que a central sindical não se opõe a uma antecipação do calendário eleitoral, mas qe mais importante é mudar políticas. 

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou que não é possível dar o "benefício da dúvida" a um Governo que trouxe o país a esta crise política e económica.

O líder sindical, que insistiu em Belém na necessidade de serem convocadas eleições antecipadas, defendeu que a “democracia precisa de respirar" e não pode ficar sujeita aos interesses partidários do PSD e do CDS.

"A não convocação de eleições é permitir que os que colocaram o país onde se encontra se mantenham no poder, os que foram responsáveis por este processo profundo de instabilidade e crise (...) É uma forma de descredibilizar a política e as instituições", defendeu Arménio Carlos.

De seguida, o Presidente reuniu-se com o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, que, mais cauteloso, disse que não defende a queda do Governo, mas também não se opõe à realização de eleições. Importante, frisou, é mudar de políticas, independentemente "da dança das cadeiras ou das caras".

Carlos Silva descreveu a semana passada como "impensável" e sublinhou a importância da estabilidade "governantiva, da coesão e da credibilidade. "A ligação do Governo aos portugueses está fragilizada", disse Carlos Silva.

Os dois parceiros de coligação do Governo levaram ontem até ao Palácio de Belém garantias de estabilidade e de uma solução política "sólida e abrangente", dois adjectivos utilizados pelo líder do CDS, Paulo Portas. Em sintonia, o vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, disse ter transmitido ao chefe de Estado que há "todas as condições de estabilidade e de coesão" para governar. E que a "precipitação de um acto eleitoral", em resposta ao PS, comprometeria o resultado dos sacrifícios feitos pelos portugueses em dois anos.

As garantias deixadas pelos dois partidos não convencem, no entanto, o líder do PS. Um quadro de maioria parlamentar não basta para garantir estabilidade e é preciso um Governo com uma nova legitimidade para renegociar com a troika, insiste Seguro.

Mas os presidentes das diversas confederações patronais discordam. Antecipar eleições traria maior instabilidade e contribuiria para "minar" ainda mais a "confiança", esse "valor" indispensável às empresas e às famílias. E que, com "irresponsabilidade", foi posto em causa com a crise política em que repousa o país há uma semana. Foi esta a mensagem que António Saraiva, presidente da CIP, transmitiu a Cavaco. Apelos à estabilidade também dos presidentes das Confederações do Turismo e da Agricultura. Sem comentar o "xadrez político", João Vieira Lopes, da Confederação de Comércio e Serviços, sublinhou que o importante é que haja mudança de política económica.

Em sintonia, o vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, disse ter transmitido ao chefe de Estado que há "todas as condições de estabilidade e de coesão" para governar. E que a "precipitação de um acto eleitoral", em resposta ao PS, comprometeria o resultado dos sacrifícios feitos pelos portugueses em dois anos. 

?? 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Sugerir correcção
Comentar