Maria Luís Albuquerque recebida de braços abertos no Eurogrupo

Nova ministra das Finanças “não é uma estranha”, afirmou o homólogo irlandês, Michael Noonan. Wolfgang Schäuble elogia escolha de continuidade.

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Christine Lagarde, directora-geral do FMI, conversa com a nova ministra antes do arranque dos trabalhos THIERRY CHARLIER/AFP

A ministra “foi muito bem recebida” e “com sorrisos”, afirmou um dos presentes na sala de reuniões, frisando que “toda a gente estava muito contente”.

A nova ministra, que sucedeu na terça-feira passada a Vítor Gaspar, fez questão de saudar pessoalmente cada um dos seus pares antes do arranque da reunião mensal do Eurogrupo (as reuniões dos ministros das finanças do euro) antes do arranque dos trabalhos e durante os minutos em que os ministros conversam informalmente uns com os outros enquanto se vão instalando nos seus lugares. Durante este período, Maria Luís Albuquerque foi dando a volta à mesa para saudar cada um dos outros ministros, dos quais recebeu os parabéns pela sua nomeação.

Ainda segundo a mesma fonte, nalguns casos, a saudação durou breves instantes, noutros deu origem a conversas um pouco mais longas. Este foi nomeadamente o caso com Jeroen Dijsselbloem, ministro das finanças da Holanda e presidente do Eurogrupo, Christine Lagarde, directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Thomas Wieser, o presidente do grupo de trabalho que prepara as reuniões do Eurogrupo, ou Klaus Regling, o director dos fundos de socorro do euro.

Vários ministros já tinham elogiado, à chegada à reunião, a nomeação da nova ministra das Finanças que já era conhecida de todos pelo facto de, enquanto secretária de Estado do Tesouro, ter acompanhado o ex-ministro das finanças, Victor Gaspar, a todas as reuniões do Eurogrupo desde a entrada em funções do actual Governo, em Junho de 2011.

Maria Luís Albuquerque “não é uma estranha” e é vista “como uma colega", afirmou Michael Noonan, ministro irlandês das Finanças, frisando que a sua homóloga portuguesa “está bastante a par dos assuntos” e, por isso, “não terá quaisquer problemas em se adaptar”.

“Conhecêmo-la todos muito bem e, no que é importante [a sua nomeação], não significa qualquer mudança, pelo que estou razoavelmente descansado, Portugal vai continuar no caminho do sucesso”, afirmou por seu lado Wolfgang Schäuble, ministro alemão das Finanças.

Schäuble reconheceu, no entanto, que, “mesmo assim", teve "muita pena" da demissão de Vítor Gaspar, que considerou “um excelente ministro das Finanças e colega”. “Ele decidiu sair pelas razões que invocou e é natural que isso tenha provocado algumas discussões em Portugal. Mas também não surpreende, quando um ministro tão eficaz e capaz decide sair”, afirmou ainda.
 

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