Lobo Xavier: “O CDS não pode apresentar-se como vítima nem Paulo Portas, porque são os causadores disto”

Antigo dirigente do CDS-PP fez duras críticas ao partido da coligação e responsabiliza Portas e Passos Coelho por eventuais eleições antecipadas.

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Lobo Xavier condena o silêncio de Paulo Portas Rui Gaudêncio

Em declarações durante o programa Quadratura do Círculo, na quinta-feira na SIC Notícias, Lobo Xavier comentava a crise política que estalou na segunda-feira. Nesse dia o ministro das Finanças apresentou a sua demissão e na terça-feira foi a vez do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas – em parte por não concordar com a escolha da secretária de Estado Maria Luís Albuquerque para suceder a Vítor Gaspar na pasta das Finanças, justificando que isso representa uma manutenção no caminho até agora seguido.

Numa análise muito dura para Portas e o CDS, o antigo dirigente popular acrescentou também que “o mesmo partido que a única solução que tem é pôr o seu presidente demitido do Governo a negociar com o primeiro-ministro de quem ele diz não se poder ter confiança nenhuma e de cuja competência ele duvida de forma absolutamente ostensiva é um partido que não está preparado para uma solução como esta”.

O comentador afirma ainda que ficou “espantado” por estar a ver todas as eventuais explicações sobre a instabilidade governativa “nas palavras do primeiro-ministro”.

O tema das eventuais eleições antecipadas foi introduzido no mesmo programa da SIC Notícias por Pacheco Pereira, que disse abertamente que quer legislativas mais cedo, culpando Paulo Portas e Passos Coelho por esse cenário estar agora de forma mais certa em cima da mesa. Uma opinião que foi corroborada por Lobo Xavier, que, ainda que não defenda esse caminho, também responsabiliza Portas e Passos por essa possibilidade.

Antes de ser conhecida a proposta de adiar o congresso do CDS, previsto para o fim-de-semana, Lobo criticou a realização da reunião. "A realização do congresso é uma coisa incompreensível, só compreensível num partido monolítico. O partido está em silêncio neste momento, não existe nenhuma solução governativa, não se sabe qual é o compromisso do partido com a estabilidade e com uma solução para o país. Vai fazer um congresso para falar sobre o quê?”, questionou Lobo Xavier.

Já o socialista António Costa, presidente da Câmara de Lisboa, comentou a actual crise referindo-se ao Presidente da República para sublinhar que Cavaco Silva “não tem margem para nada” e que apenas “fará o que os acontecimentos determinarem que faça”, por considerar que se colocou numa posição em que não pode “gerir e controlar o que quer que seja”. Costa defendeu também que sem uma “relação mínima de confiança” entre Portas e Passos a coligação nunca poderá funcionar.
 
 

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