CDS defende necessidade de trabalhar com Cavaco solução de governo
O dirigente centrista e eurodeputado Diogo Feio considera que a solução para a actual crise não passa por eleições antecipadas.
"Sem ruído e no actual quadro parlamentar, trabalhar com o senhor Presidente da República uma solução que responda às suas preocupações e garanta o superior interesse nacional", escreveu o dirigente numa nota na sua página de Facebook.
Diogo Feio regista a proposta de adiamento do congresso do CDS como "um sinal de maturidade" até se encontrar uma solução que não passa por eleições antecipadas.
"É necessário ter o tempo e o espaço necessários para encontrar uma resposta que garanta as condições de governabilidade e de estabilidade de que Portugal precisa para acabar o seu programa de ajustamento, reganhar a independência financeira com o regresso aos mercados e relançar a sua economia", lê-se na nota.
Na noite de quinta-feira ficou a saber-se que o CDS marcou um conselho nacional para esta noite com vista à desmarcação do congresso agendado para o fim-de-semana. Um adiamento justificado pelo facto de Paulo Portas estar ainda a negociar com Passos Coelho uma solução viável para o Governo de coligação que garanta a estabilidade política.
"Estando em curso o processo para encontrar uma solução de estabilidade no Governo e dependendo essa solução da avaliação do Presidente da República, e estando marcadas reuniões do Presidente da República com os partidos para a próxima semana, entende-se que se deve adiar o congresso no sentido de que quando este se realize os congressistas tenham todos os elementos para tomar decisões no congresso", disse uma fonte do CDS à Lusa.
Mas as declarações de Diogo Feio sugerem agora que Paulo Portas não negoceie apenas com o primeiro-ministro, mas directamente com o Presidente da República. Isto depois de o PÚBLICO ter noticiado que Presidente da República exigiu a permanência do líder do CDS no Governo.
Na quinta-feira, à saída da reunião com Cavaco Silva, o primeiro-ministro afirmou que “foi encontrada uma fórmula de manter a estabilidade do Governo” e comprometeu-se a "aprofundar" junto de Paulo Portas "uma forma de garantir as condições necessárias" à estabilidade governativa.