Sarkozy denuncia “situação inédita” depois do chumbo das suas contas de campanha

Ex-Presidente nota que a UMP é o único partido que não será reembolsado pelo Estado e denuncia “uma ameaça ao pluralismo”.

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Sarkozy foi derrotado em 2012 pelo socialista François Hollande Lionel Bonaventure/AFP

“Devo assumir as minhas responsabilidades, empenhando-me para garantir uma expressão democrática livre no nosso país. Peço-vos que me ajudem, mobilizando-se, como eu vou fazer, para este fim”, escreve Sarkozy numa mensagem publicada no Facebook que é também um apelo a donativos.

O Conselho Constitucional confirmou a rejeição das contas da campanha presidencial de Sarkozy, dando razão à Comissão Nacional para as Contas Eleitorais e o Financiamento Político, que considerara que o político de direita tinha ultrapassado em 466.118 euros o tecto de gastos autorizados, 22.509.000 euros para os candidatos que passaram à segunda volta.

Para além disso, o ex-Presidente usou meios da presidência para fazer campanha – o Conselho Constitucional considera que mesmo antes de ter declarado a sua candidatura realizou viagens presidenciais de carácter eleitoral, despesas que não incluiu nas contas de campanha. O resultado é que a UMP não vai receber os 11 milhões de euros de reembolsos do Estado a que teria direito, metade do total autorizado, o que só vem complicar uma situação financeira já delicada.

“Na sequência da decisão do Conselho Constitucional, o primeiro partido da oposição, que há um ano recebeu o apoio de quase um francês em cada dois, não beneficiará de nenhum reembolso público. Foi posto em prática um novo princípio: por termos ultrapassado os gastos em 400 mil euros aplica-se uma sanção de 11 milhões”, diz Sarkozy. “Todas as formações políticas foram reembolsadas pelo Estado à excepção da UMP.”

Sarkozy denuncia “uma situação inédita” que “põe em perigo a formação que deve preparar a alternância tão necessária ao socialismo”. “Para além da própria UMP, este estado de coisas deve preocupar todos os que defendem o pluralismo”, defende.

O antigo ministro Brice Hortefeux, muito próximo de Sarkozy, diz-se “estupefacto e chocado” com a decisão do Conselho Constitucional, que vê como mais uma prova de que o ex-Presidente “se tornou no alvo de todos os poderes”.

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