Ao ritmo de Blaya

É uma das mais recentes confirmações do Optimus Alive e promete fazer estremecer os palcos com o seu primeiro EP a solo. Mas afinal, quem é e o que mostra Blaya?

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Gonçalo F. Santos

Karla Rodrigues, mais conhecida por Blaya, e especialmente reconhecida por ser a provocadora MC e bailarina de Buraka Som Sistema, nasceu no Brasil — de onde é toda a sua família —, mas é em Portugal que vive desde os dois meses. Escreve desde 2001, dança desde 2004, e há seis anos que partilha o palco com os Buraka. A vontade de ter um projecto seu já vinha de longe mas foi agora, com 26 anos, que sentiu que era “o momento ideal” para partilhar o que andava a escrever.

Com um sorriso orgulhoso do seu primeiro trabalho a solo, Blaya confessa sentir-se preparada para apresentar um projecto com a sua assinatura — com gravação orientada por Conductor (Buraka Som Sistema) —, esperando que o público se identifique com as mensagens contidas nos seis originais (e dois remixes).

Um mix de estilos num EP muito quente

Desengane-se quem pensa que Blaya é apenas mais uma MC no mundo do hip-hop feminino. A "kudurista", que tanto acorda com vontade de ouvir a banda britânica Alt-J como um forró, não lança um EP a ser arrumado directamente na na prateleira do hip hop. É preciso arranjar um espaço diferente para esta mistura de funk, rap, R&B e electro e é essa conjugação que nos permite encontrar na música de Blaya uma versatilidade e uma originalidade especiais.




“Este EP é a minha personalidade”, diz a artista que, com letras sugestivas e uma batida desafiante, apresenta faixas que tanto ajudam a aquecer um quarto como a fazer vibrar a discoteca.


Se a música “Eu Quero Mais” retrata um ambiente sensual e provocador (“eu viro as costas, começo a sedução/solto o cabelo, tiro o vestido e já sinto a tensão/ eu olho pra ele e tiro a lingerie/ fico de saltos, mando um sorriso/ se quiseres vem aqui”), “Superfresh”, o primeiro single do EP, é um hino funk com rap pelo meio à transgressão nas pistas de dança e ao calor da noite.

Questionada sobre se prefere arrasar a dançar ou a enfeitiçar o público com a voz, Blaya explica que o gosta mesmo é que a entendam “pelas palavras e pelo corpo”. O mais importante? Que a audiência "curta" o que está a ver e ouvir.

Nos instrumentais Blaya contou com a colaboração de KKing Kong, Klipar, Bizt, Zakmatic e Xão; nas remisturas esteve a Enchufada, o venezuelano Pacheko e DJ Riot; alguns textos têm de Regula e Agir. "Blaya" já está disponível para download no site da Optimus Discos. Para ver e ouvir no Palco Clubbing do Festival Optimus Alive. 

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