D. Manuel Clemente recebeu pálio e jura obediência ao Papa

Cerimónia de colocação de insígnias teve inicio às 8h30 deste sábado.

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Manuel Clemente recebeu das mãos de Francisco as insígnias AFP
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Cerimónia animada pelo coro luterano da Thomaskirche de Leipzig, Alemanha AFP

A cerimónia de colocação do pálio a 34 arcebispos, na qual Manuel Clemente foi o primeiro a receber a insígnia, teve inicio às 8h30 de Portugal Continental, menos uma hora do que no Vaticano.

O pálio é uma insígnia de honra litúrgica referente a uma jurisdição da Igreja Católica, de lã cor branca com seis cruzes pretas, que os arcebispos metropolitas colocam à volta do pescoço. Esta corresponde à missão metropolitana de cada província eclesiástica, que é constituída por diversas dioceses.

No caso português, existem três províncias eclesiásticas: Lisboa, Évora e Braga. Manuel Clemente, 64 anos, recebeu a insígnia referente a Lisboa, onde vai assumir as funções de patriarca, sucedendo a José Policarpo, 77 anos, e devendo tomar posse no próximo dia 6, na Sé de Lisboa.

O evento, no dia em que a Igreja Católica celebra a solenidade de São Pedro e São Paulo, decorreu junto ao altar da confissão do apóstolo Pedro, na Basílica de São Pedro. Manuel Clemente foi o primeiro a receber a insígnia e fez o juramento, em latim, em nome de todos. Do grupo de arcebispos constam ainda o da Beira, em Moçambique, Claudio Dalla Zuanna; e os brasileiros Antônio Carlos Altieri, de Passo Fundo, Moacir Silva, de Ribeirão Preto, e Sérgio Eduardo Castriani, de Manaus.

Papa sublinha comunhão e colegialidade
Durante a homília, o Papa Francisco defendeu uma maior colegialidade na vida da Igreja Católica, que valorize a “unidade nas diferenças”, e sublinhou a importância da “comunhão”.

“Na Igreja, a variedade, que é uma grande riqueza, funde-se sempre na harmonia da unidade, como um grande mosaico onde todos os ladrilhos concorrem para formar o único grande desenho de Deus”, disse, citado pela agência Ecclesia.

Segundo Francisco, essa insígnia litúrgica de honra e jurisdição é “símbolo de comunhão” com o Papa, sublinhando que a presença de arcebispos de vários continentes “é o sinal de que a comunhão da Igreja não significa uniformidade”. “Unidos nas diferenças, não há outro caminho católico para unir-se”, reforçou Francisco.

O Papa voltou a falar do pálio, que além de ser “sinal da comunhão com o bispo de Roma, com a Igreja universal, com o Sínodo dos bispos”, é também “um compromisso” que deve levar cada um dos que o recebem a ser “instrumento de comunhão”.

“Confessar o Senhor deixando-se instruir por Deus, consumar-se por amor de Cristo e do seu Evangelho, ser servidores da unidade: estas são as incumbências que os apóstolos São Pedro e São Paulo confiam a cada um de nós, amados irmãos no episcopado, para serem vividas por cada cristão”, disse o Papa, no final da sua homilia, dirigindo-se aos arcebispos.

Francisco deixou ainda uma saudação à delegação do Patriarcado de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), e ao ‘homanerchor, o coro luterano da Thomaskirche de Leipzig – a igreja de Bach – que animou a Liturgia.