Greve dos professores às avaliações continua na próxima semana
Fenprof apela a grande adesão no dia 24.
Nogueira apelou a que “nenhuma reunião se faça” na próxima segunda-feira, dia para o qual está marcada nova ronda de negociações entre o Ministério da Educação e Ciência e os sindicatos de professores sobre a mobilidade especial e o horário de trabalho.
“Dia 24 é um dia fundamental da greve aos serviços de avaliações. Queremos entrar no ministério sentindo atrás de nós a força dos professores”, apelou Nogueira.
A decisão de manter a greve da próxima semana foi tomada numa reunião entre a Fenprof e sete outros sindicatos de professores depois de terem recebidos os questionários distribuídos nas escolas: receberam mais de 10 mil respostas, a maioria das quais a favor da manutenção da greve.
A Federação Nacional da Educação (FNE), a segunda mais representativa do sector, não aderiu a esta nova vaga de greves, tendo mantido apenas a sua convocação para a primeira semana de avaliações (7 a 14 de Junho) e para a greve do passado dia 17 ao exame de Português.
A maior parte das reuniões onde são dadas as notas finais do 3.º período continuam por realizar, o que faz com que muitos alunos estejam a ir a exame sem conheceram a classificação que lhes foi dada pelo seus professores. Muitas das reuniões em atraso voltaram a ser agendadas para a próxima segunda-feira, por ser o único dia sem exames. Com os professores mobilizados para a vigilância e correcção das provas, que se prolongam até dia 26, os directores têm tido cada vez mais dificuldades em marcar novas reuniões de avaliação e já alertaram que esta situação ameaça pôr em causa tanto a divulgação as notas dos exames, como a preparação do próximo ano lectivo. Sem notas os alunos não se podem inscrever.
Para que as reuniões sejam adiadas basta que um dos professores da turma falte, o que tem sido assegurado nesta greve através de escalas elaboradas pelos docentes.
Em conferência de imprensa realizada hoje, Nogueira indicou também que a Fenprof só aceitará concluir negociações com o MEC se as propostas que este tiver a apresentar forem apresentadas “em simultâneo e com o mesmo documento” a todas as organizações. A ronda que agora se inicia insere-se no período de negociação suplementar requerido pelos sindicatos. Quando a negociação normal chegou ao fim, o líder da FNE, João Dias da Silva, indicou que o ministério lhes propôs adiar a aplicação da mobilidade especial aos professores até 2015. Na altura Nogueira negou que este cenário lhes tivesse sido proposto.
Nogueira anunciou ainda que na próxima semana entregarão uma queixa contra o MEC na Procuradoria-geral da República por violação da lei da greve, o que segundo a Fenprof terá acontecida na passada segunda-feira, data do exame de Português do 12.º ano e da greve geral de professores, por via de duas mensagens do Júri Nacional de Exames: a primeira dando aos instruções aos directores para convocar todos os docentes da escola ou agrupamento a apresentar-se nesse dia; a segunda estipulando que os membros da direcção podiam substituir docentes nos serviços de exame. Em ambos os caos, frisou Nogueira, é nossa opinião que se tratou de substituição de professores em greve, o que é ilegal”.
A Fenprof vai também entregar ,na segunda-feira, na Inspecção-Geral da Educação e Ciência uma compilação das “irregularidades” cometidas durante a realização do exame de Português de dia 17. Segundo Nogueira, só “uma auditoria completa” poderá responder ao que se passou naquele dia. O MEC apenas tem estado a analisar o que se passou nas quatro escolas onde se registaram distúrbios provocados por alunos que não puderam realizar a prova devido à greve dos professores.