Obama defende na Alemanha programa de vigilância na Internet
Presidente dos EUA fez comentários durante visita a Berlim. A Alemanha tem tido vários desentendimentos com empresas como a Google ou o Facebook por questões de privacidade.
O programa de vigilância norte-americano é “circunscrito”, garantiu Obama. “Salvaram-se vidas”, sublinhou, citado pela AFP, não só nos EUA mas em todo o mundo, em particular, na Alemanha.
Na Alemanha, ainda há dois meses a Google foi multada em 145 mil euros por violações de privacidade pelos dados recolhidos para estabelecer o seu Street View, e quer a Google quer o Facebook tiveram de alterar políticas de privacidade para obedecerem à lei. A opinião pública é desconfiada de tudo o que sejam invasões da esfera privada e a lei protege com firmeza os dados privados – algo a que não serão alheias as experiências históricas de vigilância tanto do regime de Hitler como da Alemanha de Leste.
Ao lado de Obama, a chanceler alemã, Angela Merkel, sublinhou, pelo seu lado, a necessidade de limites à supervisão governamental das comunicações via Internet: “Deixei claro que, ainda que vejamos a necessidade de recolha de informação, a questão da proporcionalidade é sempre importante e a ordem democrática livre é baseada no facto de as pessoas se sentirem seguras”, cita a agência Reuters.
A capital alemã aguardava entretanto com expectativa o discurso de Obama na Porta de Brandeburgo e a imprensa especulava febrilmente sobre o seu conteúdo: dizia-se que o Presidente americano iria focar as suas palavras na desnuclearização, pedindo ainda mais cortes no arsenal atómico do que o que foi já feito no âmbito de um acordo com a Rússia.
O Presidente americano fala em Berlim quase 50 anos depois de John F. Kennedy ter declarado “ich bin ein Berliner”. Antes de ser Presidente, quando era candidato ao cargo, em 2008, Barack Obama tinha sido recebido como uma estrela pop em 2008.