UE deixa audiovisual de fora de acordo para negociar comércio livre com EUA

França, que ameaçava vetar o acordo, acaba por ceder, embora garanta que o sector audiovisual seja tratado como excepção cultural. Pelo menos, numa primeira fase.

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Michael Haneke, o realizador de "Amor", foi um dos cineastas que subscreveu uma petição em prol da excepção cultural do audiovisual DR

A França ameaçava vetar o acordo se não fosse tida em conta a sua exigência da defesa da excepção cultural para o sector audiovisual. A solução encontrada acaba por ser um recurso de compromisso - França deu, finalmente, o braço a torcer, mas o sector audiovisual fica fora das negociações, pelo menos numa primeira fase, como era sua exigência.

"O mandato [para lançar as negociações comerciais entre a UE e os Estados Unidos] foi aprovado", afirmou John Clancy, porta-voz do comissário europeu encarregado do Comércio, Karel De Gucht. "O sector audiovisual não consta do mandato, por enquanto, mas pode ser acrescentando mais tarde", explicou De Gucht numa entrevista colectiva, depois de muitas horas de negociações.

Reunidos no Luxemburgo, os ministros dos 27 países tinham de alcançar um difícil consenso para negociar um tratado de  comércio livre com os Estados Unidos. A França ameaçava vetar a negociação se a indústria do sector audiovisual não fosse excluída. A ministra francesa do comércio, Nicole Bricq, deixou claro desde o início que o governo de François Hollande rejeitaria qualquer mandato "que não inclua uma protecção dos serviços culturais e a exclusão clara e explícita do sector audiovisual".

Finalmente chegou-se a um desenlace, embora a excepção cultural do sector audiovisual prometa, muito provavelmente, vir ainda a dar muito que falar depois de a primeira fase de contactos com Washington se iniciar.

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