Caçadores de Cabeças

Ainda esta adaptação de um dos policiais do norueguês Jo Nesbø estava em rodagem e já os estúdios americanos tinham assegurado os direitos do remake, provavelmente em busca de repetir o que aconteceu com a trilogia Millennium de Stieg Larsson. E não é improvável que uma futura versão americana seja melhor que o filme do norueguês Morten Tyldum, tal como a releitura de David Fincher para Os Homens que Odeiam as Mulheres era preferível ao original sueco, em grande parte pelas mesmas razões. Tirando o humor negro e sanguinolento pontuando a sua trama de um caça-talentos corporativo que dá por si metido numa camisa de onze varas, Caçadores de Cabeças é um policialzinho rodado com todo o funcionalismo de um telefilme escorreito mas anónimo (Tyldum, aliás, formou-se na televisão). Ainda por cima, quando a acção constante desacelera para abrir espaço para alguns momentos genuinamente emocionais, percebemos que os actores (sobretudo Aksel Hennie, que transporta o filme aos ombros) e o subtexto da narrativa (é tudo por causa do amor) são bastante mais interessantes do que o embrulho da moda de “policial escandinavo”. Vê-se sem fastio, esquece-se logo a seguir.

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