Mourinho: o Special One agora é o Happy One

“Volto para dar o meu melhor”, disse na apresentação o técnico português do Chelsea.

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José Mourinho com um sorriso de orelha a orelha no regresso ao Chelsea Suzanne Plunkett/Reuters

“O tempo voa. Estive dois anos no Inter e três em Madrid. Cinco anos numa carreira de treinador é muito tempo. Aprende-se muito todos os dias. A minha aventura à volta da Europa tem sido fantástica. Diferentes formas de treinar, diferente imprensa. Por isso é que agora, com 50 anos, ainda estou muito ambicioso como treinador e, neste início de um novo período, tenho a mesma personalidade, a mesma natureza, mas uma perspectiva diferente das coisas”, sublinhou José Mourinho, perante uma sala repleta: cerca de 250 jornalistas de vários países marcaram presença nesta segunda-feira em Stamford Bridge.

Os adeptos do Chelsea nunca deixaram de idolatrar Mourinho, mas o técnico português quer dar-lhes novos motivos de orgulho: “Quero ser amado e querido por aquilo que vou conseguir agora. Volto para cá para dar o meu melhor”. “Estou preparado para isso [mais do três anos num clube]. Hoje é o dia de Portugal, sou português, sempre gostei de aventuras, mas fiz sempre o que quis fazer”, acrescentou.
 

“Estou mais calmo”
“Estou mais calmo, sem dúvida. Aprendemos com a experiência. Quando falam sobre nós de forma negativa, a experiência na vida é algo importante. Sou o mesmo, mas nove anos é muito tempo. Quando cheguei, em 2004, forçaram-me muito para ter uma perspectiva mais forte. Mas agora conhecem-me, conhecem a minha história em Inglaterra e na Europa. Mas penso que estou no melhor momento da carreira em termos de conhecimento e experiência e apenas tenho pena que a época não comece agora”, apontou José Mourinho.

Desde 2007, quando deixou o Chelsea, muita coisa mudou no clube e também na Liga inglesa. “Quando vim pela primeira vez, o Chelsea precisava de um empurrão na direcção dos troféus. Desta vez chego e as vitórias e troféus não são algo novo para o clube. Venceu troféus europeus e venceu competições inglesas”, disse o técnico português, admitindo que terá de adoptar uma abordagem “diferente”.

“Estou desapontado por ir a Old Trafford e não encontrar Alex Ferguson. Mas [David] Moyes tem condições para fazer bem o trabalho. Arsène [Wenger] também cá está. Quanto ao Brendan [Rodgers, treinador do Liverpool], Steve [Clarke, treinador do West Bromwich] e o André [Villas-Boas], estou ansioso por aquilo que pode ser a nova Liga inglesa. Estive muito tempo numa corrida com apenas dois cavalos e agora estou numa competição em que se perde mais vezes, mas a luta tem mais intervenientes”, sublinhou.

“Liga dos Campeões não pode ser uma obsessão”
Para além da Premier League, o Chelsea de Mourinho terá óbvias ambições europeias: “O Chelsea não pode focar-se apenas numa competição. Tudo é importante. Tendo cento e tal jogos na Liga dos Campeões, aprendi que às vezes não é quando se está no melhor momento que se ganha. A Liga dos Campeões não pode ser uma obsessão. Ganhei-a duas vezes, claro que quero ganhar a terceira. O Chelsea também já a ganhou uma vez, claro que também vai querer ganhar de novo. Mas não pode ser uma obsessão”, vincou.

Confrontado com as declarações de Iniesta, que afirmou que Mourinho fez mais mal que bem ao futebol espanhol, o técnico português lembrou aquilo que obteve ao serviço do Real Madrid: “Eu prejudiquei o futebol espanhol por ter sido o treinador que quebrou o domínio do Barcelona. O Real ganhou uma Taça do Rei, uma Supertaça, ganhou em Barcelona e ganhou a Liga espanhola, que é histórico porque é o dos 100 pontos e 121 golos”.

E rematou: “Estou onde quero estar”.
 

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