Por achar que fazia falta algo assim, Nuno Meira, 37 anos, decidiu criar um site onde designers europeus independentes de mobiliário podem expor as suas criações. O DE-Branded está online há algumas semanas e já reúne trabalhos de vários criadores.
Numa pesquisa pela Web, Nuno apercebeu-se que não existia nenhum site que o fizesse. “Foi assim que tudo começou. Se não havia, por que não hei-de ser eu a criá-lo?”, recorda, numa conversa telefónica a partir de Londres.
Dividido essencialmente em duas componentes, a plataforma possibilita, por um lado, que os designers divulguem o seu trabalho e, por outro, que fabricantes façam propostas de orçamentos, a preços acessíveis, para tornar os desenhos reais.
Inscrição gratuita
Para se registar no site, a única condição é que “tenham sido as próprias pessoas a desenhar” e que, obviamente, sejam independentes. “Grandes empresas não aceito”.
A inscrição é gratuita assim como, nesta primeira fase de testes, Nuno Meira não exige nenhuma comissão pelas peças vendidas. Posteriormente, 5% para os estudantes e 10% para profissionais com experiência deverá ser a percentagem cobrada.
Também mais tarde, Nuno admite que outras peças de design, mais pequenas, possam figurar na galeria.
Uma plataforma voltada para a Europa
Até à data já estão inscritas cerca de 15 pessoas, provenientes de países como Portugal, Reino Unido e Espanha. “Só pretendo que seja para europeus e tenho recebido vários contactos. Há muitos designers e fabricantes que querem fazer parte”.
Dispondo também de loja online, os possíveis compradores poderão entrar no site e contactar directamente o designer. O tempo de entrega da peça oscila entre os três a cinco dias (no caso de já ter sido construída) até quatro a seis semanas (para situações em que o caso anterior não se verifique).
Com um investimento inicial na ordem das quatro mil libras (cerca de 4700 euros), o DE-Branded tem tido o sucesso que o arquitecto imaginava, muito devido ao facto de terem sido convidados para expor "designers de referência" como Jorge Sá, da Mo.ca.
Formado em arquitectura pela Escola Superior Artística do Porto, Nuno, que terminou o curso em 2003, emigrou para o Reino Unido há sete anos, após uma situação de desemprego. “Depois de trabalhar um ano e meio sem ser remunerado, uma pessoa começa a pensar que só pode estar no sítio errado”. “Quando cheguei a Londres encontrei logo trabalho”, termina.