O fundamentalismo relutante, ou o oportunismo convicto. Incomoda muito mais o segundo, velha especialidade de Mira Nair, que anda há uma carreira a usar a sua origem indiana como caução (quem se lembra do seu Kama Sutra, um dos mais ridículos filmes alguma vez feitos?...). Aqui, de certa maneira, também é uma questão de “posições”: como é que um jovem paquistanês bem “posicionado” na vida em Wall Street se deixa seduzir para um menos ortodoxa “posição” fundamentalista. Cartilha moral e moralizante com pretensões de exemplaridade, que fala como se estivesse a “explicar” - a quem? - os processos mentais que conduzem ao fundamentalismo sem ao mesmo tempo abdicar de um “humanismo” de cordel, cheio de “compreensão” e “compaixão”, destinado a accionar um sentimento de culpa, basicamente, em toda a gente (é o fundamentalismo como “tragédia global”). Mas, na forma como na substância, não interpela nada nem ninguém para lá da epiderme.
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