As Festas de Lisboa estão de volta e espalharam-se por toda a cidade

Com uma programação mais ecléctica do que nunca, a festa vai "de Carnide à Baixa e de Belém ao Parque das Nações".

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As marchas populares são um dos pontos altos das Festas de Lisboa Pedro Cunha

O arranque é no dia 1 de Junho, no Rossio, com um espectáculo de rua do actor cómico italiano Leo Bassi.

"Cada edição das Festas de Lisboa é sempre a melhor, mas esta é particularmente diversificada", diz o presidente do conselho de administração da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), que avançou ao PÚBLICO as linhas de força da programação deste ano. Até ao dia 30 de Junho, a cidade vai estar sitiada pela festa, que de ano para ano tem vindo a conquistar novos territórios e que, destaca Miguel Honrado, vai já "de Carnide à Baixa e de Belém ao Parque das Nações".

As iniciativas pensadas para 2013 querem "chegar a uma heterogeneidade de públicos", reconhece o presidente da EGEAC. Não é, por isso, de estranhar que se aposte na "manutenção da matriz popular" das Festas de Lisboa, da qual são exemplo os Casamentos de Santo António, os arraiais e as marchas que todos os anos descem a Avenida da Liberdade, promovendo-se em simultâneo "uma miríade" de acções que procuram fazer eco do dinamismo cultural e da interculturalidade de Lisboa.

"Queremos transformar as festas numa plataforma que revele em cada ano o dinamismo cultural da cidade, proporcionando um contacto privilegiado com os agentes culturais da cidade", explica Miguel Honrado, para de seguida desfiar algumas das muitas expressões concretas que traduzem essa intenção. Entre elas a Festa Vieira da Silva, que comemora o aniversário do nascimento da pintora, e a peça The Mousetrap, de Agatha Christie, levada à cena pelos Lisbon Players.

Também não faltam iniciativas para "evidenciar Lisboa como uma cidade do mundo e cosmopolita", sublinha o presidente da EGEAC, apontando como exemplo o espectáculo de abertura das Festas de Lisboa, que pretende ser "uma ironia à nossa condição de país periférico" e à "etiqueta PIGS", que se refere a Portugal, Itália, Grécia e Espanha. Destaque ainda para o Lisboa Mistura, que vai levar as músicas do mundo ao Castelo de São Jorge e ao Martim Moniz, e para o Festival Coral de Verão, que vai ter um coro formado por cantores de todo o mundo.

Miguel Honrado salienta que nesta edição das Festas de Lisboa não foi esquecido o fado, "realidade icónica da cultura lisboeta" que no fim de 2011 ganhou o estatuto de património imaterial da humanidade. Ao longo de todo o mês de Junho, o fado vai ouvir-se nos eléctricos, mas também, no âmbito da iniciativa Lisboa Loves Fado, no Panteão Nacional, no Museu dos Coches e no Mosteiro dos Jerónimos.

Uma novidade deste ano é, revela o presidente da EGEAC, "o alargamento disciplinar na programação", visível no surgimento de iniciativas dedicadas à leitura, como o Festival do Desassossego, que pretende ser uma celebração da poesia luso-brasileira. Nas Festas de Lisboa que começam no sábado há também, graças a uma parceria com o Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva, uma conferência sobre o futuro humano e outros eventos na área da ciência.

De fora da programação deste ano ficou, com grande pena de Miguel Honrado, o Tejo, já que não foi possível integrar na programação a regata La Route des Princes. "O eixo rio é identificativo da cidade de Lisboa e merece uma abordagem cultural", diz o presidente da EGEAC, que promete insistir nesse objectivo em edições futuras.

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