“Os filmes de Alexeï Balabanov [1959-2013] são um retrato colectivo do nosso país no momento mais dramático da sua história. Eu gostava muito do trabalho dele. O desaparecimento de um realizador talentoso é uma grande perda para os seus amigos e fãs”, escreveu o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, no Facebook, citado pelas agências AFP e Voz da Rússia.
Já o jornal Kommersant considerou, na sua edição deste domingo, que a morte do realizador “é uma enorme tragédia para o cinema russo”.
A filmografia de Balabanov regista cerca de 20 títulos, entre os quais Irmão, que teve uma sequela – Irmão II (2000), ambos protagonizados pelo actor Sergei Bodrov, Jr. –, que encena a vida de um jovem apanhado numa espiral de violência e criminalidade em São Petersburgo. A acção dos dois filmes decorre nos primeiros anos da Rússia pós-URSS, um período marcado pela inoperacionalidade das leis perante as permanentes mudanças e conflitos políticos e sociais no país.
Os dois filmes tiveram grande sucesso na Rússia, tanto aquando da sua exibição nos cinemas como, depois, no mercado de vídeo.

A morte do realizador deixa por concretizar um seu novo projecto que deveria voltar a ser rodado em São Petersburgo.

Cargo 200 descreve, com uma violência sem limites, o destino dos soldados no Afeganistão. A televisão russa recusou a exibição do filme, justificando-se com a extrema crueza de algumas cenas. Mas, na altura, a crítica denunciou que o poder instituído quis foi evitar mostrar um trabalho que punha em causa os seus próprios excessos.

Já A Guerra, abordando a acção do exército russo na Tchetchénia, foi premiado em vários festivais.

Nascido a 25 de Fevereiro de 1959, Alexeï Balabanov estudou na Universidade Gorky. Em 1983 tornou-se assistente de realização no estúdio Sverdlovsk, na localidade de Yekaterinburg, nos Urais. Nos anos 90, diplomou-se em cinema e em 1992 fundou, em São Petersburgo, o estúdio de cinema STV.