Pais contratam guias com deficiência para evitar filas na Disney World

"Mercado negro" dos guias foi denunciado por uma antropóloga norte-americana. A Disney diz que vai investigar a situação.

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São famosas as longas filas para entrar nas várias atracções da Disney Scott Audette/Reuters

O “mercado negro” dos guias da Disney foi revelado ao jornal norte-americano New York Post pela antropóloga social Wednesday Martin, que se deparou com o fenómeno enquanto fazia investigação para o seu novo livro Primates of Park Avenue.

Segundo Wednesday Martin, esta prática está a tornar-se frequente entre as famílias mais ricas de Manhattan, sobretudo nos períodos de férias escolares, e funciona por recomendação. “É informação privilegiada que poucos têm e partilham com cuidado”, revela a antropóloga.

Uma mãe ouvida pelo New York Post confirma. “A minha filha esperou um minuto para entrar no 'It’s a Small World', enquanto os outros miúdos tiveram de esperar duas horas e meia”, disse a mulher, que contratou uma guia deficiente através da agência Dream Tours.

A mãe descreve que a guia acompanhou a família – ela, o marido e os dois filhos de um e cinco anos – pelo parque de diversões conduzindo uma scooter, devidamente identificada como deficiente. O grupo foi entrando em cada uma das atracções sem ter de passar horas na fila.

Na página de Internet da Disney lê-se que cada visitante com deficiência motora pode levar consigo até seis pessoas e usufruir de condições especiais de entrada.

O preço de um guia na Dream Tours é de 100 euros por hora. Menos do que a Disney Tours cobra por um guia VIP e passes que permitem passar à frente nas filas, um pacote que custa entre 240 e 295 euros por hora.

Os proprietários da agência turística negaram, em declarações ao New York Post, que estejam a utilizar a deficiência como forma de negócio. A Disney, por outro lado, já garantiu que vai investigar o esquema.

“Estamos a analisar a situação e vamos tomar as medidas adequadas para impedir esse tipo de actividade”, disse o porta-voz da Disney Bryan Malenius, em declarações ao jornal norte-americano.

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