Mota Soares envolve Cavaco no compromisso de não taxar pensões
Ministro do CDS reafirmou que o Governo tudo fará para não aplicar a medida polémica.
“Estou pessoalmente convicto que [a contribuição de sustentabilidade] não será aplicada por razões de justiça social, por razões de impacto na vida das pessoas e na economia. Este é o compromisso que o Governo assumiu perante o Presidente da República e que hoje aqui reafirma”, disse Mota Soares.
O líder da bancada centrista, Nuno Magalhães, viria a acrescentar que não só Cavaco Silva foi informado como já o “assumiu publicamente”.
O debate arrancou com o líder da bancada socialista, Carlos Zorrinho, a lançar duras críticas à ideia de aplicar uma contribuição sobre as reformas.
"A taxa de sustentabilidade sobre as reformas dos portugueses é uma encenação de mau gosto ou uma realidade trágica? Qualquer resposta dúbia ou inconclusiva mais não fará do que confirmar o pior cenário", afirmou. Zorrinho acusou o Governo de perseguir os reformados.
"Estas medidas têm autores confessos. Eles são Pedro Passos Coelho e, por muito que queira fugir da fotografia, Paulo Portas. São eles os responsáveis pela incerteza, pelo desvario, pela angústia e pelo desânimo que tolhe a sociedade portuguesa", disse o líder da bancada socialista.
Pelo PCP, o deputado Jorge Machado contestou a proposta. “Por que é que não atacam os 12 mil milhões destinados à banca, o sector financeiro, os juros agiotas do FMI e BCE em vez de atacarem os reformados?”, questionou.
As dúvidas sobre a palavra do Governo foram lançadas pela deputada do BE, Mariana Aiveca. “Já ninguém acredita. As linhas vermelhas estão a ficar laranjas. Por mais que tente explicar, a verdade é que o CDS foi engolido no bolso do PSD”, disse a bloquista.
O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Marques Guedes, reiterou o compromisso do Governo de procurar alternativas para que a medida não seja aplicada e para isso verificar “verba a verba, ministério a ministério, PPP a PPP”.